BRUXELAS, 15 Mar (Reuters) - O ex-presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, negou na quinta-feira ter tentado fazer lobi junto ex-colegas a favor do seu novo empregador Goldman Sachs (NYSE:GS), criticando o que chamou de "ataque político" pessoal pelo guardião da ética da UE.
"Não fiz nem farei lóbi das autoridades da UE", disse num tweet após o relatório da Provedora de Justiça Europeia indicar que o seu sucessor na Comissão, Jean-Claude Juncker, não conseguiu examinar devidamente se o novo trabalho de Barroso prejudicava a frágil confiança pública na União Europeia.
Barroso, ex-primeiro-ministro português, foi furiosamente criticado, inclusive por Juncker, quando ingressou no banco dos EUA em Julho de 2016, menos de dois anos depois de deixar um posto executivo na UE que os eurocépticos estigmatizaram como fora do contacto com os eleitores.
Bruxelas estava a vacilar naquela altura após o voto dos britânicos para deixar o bloco apenas duas semanas antes.
A controvérsia ressurgiu com Juncker a enfrentar os seus próprios problemas. O Parlamento Europeu e a Provedora de Justiça estão a rever queixas após a promoção surpresa do mês passado do seu chefe de gabinete para dirigir o serviço civil da Comissão. disse que a Provedora de Justiça, Emily O'Reilly, não fez nenhuma "avaliação legal" das suas funções para o banco, mas disse que não se opôs ao seu apelo a uma nova revisão pelo comité de ética da Comissão que em 2016 não encontrou nenhum motivo para se opor ao seu trabalho.
Numa troca de cartas com O'Reilly, publicada pela Provedora de Justiça na quinta-feira, Barroso acusou-a de montar um "ataque político 'ad personam' pouco velado".
O'Reilly, por sua vez, descartou a explicação de Barroso de que a sua reunião em Outubro com o ex colega da Comissão, Jyrki Katainen, foi um assunto privado. Ela disse que Katainen, agora vice-presidente do Juncker, registou a mesma no registo publico de lobby da UE como uma reunião com a "Goldman Sachs".
Texto integral em inglês: (Reportagem por Alastair Macdonald; Traduzido por Nadiia Karpina, Gdynia Newsroom;Editado em português por Daniel Alvarenga em Lisboa)