RIGA, 21 Dez (Reuters) - A agressiva impressão de dinheiro pelo Banco Central Europeu (BCE) não foi capaz de impulsionar substancialmente o crescimento na zona euro, disse o letão Ilmars Rimsevics, o terceiro decisor de política monetária do BCE a expressar decepção sobre o programa QE nos últimos dias.
Rimsevics, governador do Banco Central da Letónia, culpou a falta de progressos nas reformas económicas e no pacote de estímulo da Comissão Europeia para a redução da confiança e do crédito, apesar da injeção maciça de dinheiro do BCE desde 2015.
"Esta inundação de dinheiro (BCE) tem ajudado a estabilizar a situação, mas não deu realmente um impulso substancial ao crescimento global da economia", disse à estação de rádio da Letónia.
Citando o seu próprio país como um caso central, Rimsevics disse que a maioria do dinheiro injetado pelo seu banco central na economia letã está "em contas bancárias e à espera de tempos melhores."
O BCE alargou o programa de compra de títulos até o final de 2017, dizendo que ainda está para ser convencido de que a inflação se está a dirigir para a meta de quase 2 por cento.
Na semana passada, o economista-chefe do BCE Peter Praet, o arquiteto do programa de flexibilização quantitativa (QE), disse que os efeitos deste esquema sobre a inflação tinha sido decepcionante.
Dias mais tarde, o presidente do Bundesbank, Jens Weidmann, um crítico de longa data do QE, disse que os bancos centrais são impotentes para reavivar a procura e mostrou-se contra pedirem muito deles.
(Reportagem de Gederts Gelzis; Traduzido para português por Sérgio Gonçalves)