Por Renee Maltezou
ATENAS, 17 Fev (Reuters) - A Grécia não pode cortar mais as pensões, conforme as exigências do Fundo Monetário Internacional, disse a ministra do Trabalho da Grécia esta sexta-feira, a traçar uma linha vermelha dias antes dos ministros das finanças da Zona Euro avaliarem o progresso do país em cumprir os termos do seu resgate.
A revisão foi marcada por atrasos e disputas entre a Grécia e os seus credores da União Europeia e do FMI. Com o desacordo a surgir sobre as metas orçamentais da Grécia, o alívio da dívida e as reformas prescritas no âmbito do seu terceiro programa de resgate, cresceram os receios de que a Europa poderia enfrentar uma nova crise financeira.
"Não podemos aceitar a exigência do FMI de novos cortes nas pensões", disse a ministra do Trabalho, Effie Achtsioglou, numa carta publicada no Financial Times, rejeitando "as alegações de que a idade de reforma é muito baixa e as pensões são muito altas".
"Como ministra das pensões devo responder, esperando que a Directora do FMI, Christine Lagarde, ouça".
A Grécia já cortou pensões por 11 vezes desde 2010, quando assinou o seu primeiro programa de ajuda com a UE e o FMI. A maioria dos agregados familiares gregos depende dos 2,7 milhões de reformados do país para fazer face às despesas, segundo sondagens.
As sucessivas reformas de pensões prescritas pelos credores não conseguiram reconfigurar o sistema que contribuiu para o desencadeamento da pior crise financeira do país em décadas.
Os progressos lentos da Grécia quanto às reformas estão agora ofuscados por uma ruptura entre Berlim e o FMI, que discordam sobre o volume de excedentes orçamentais projectados para e depois de 2018, ano em que termina o terceiro resgate no valor de até 86 mil milhões de euros.
O FMI, que não decidiu se vai participar financeiramente no resgate da Grécia, diz que Atenas não poderá cumprir com a meta da UE de um excedente primário de 3,5 pct do produto interno bruto em 2018 se não adoptar mais austeridade.
Isso não equivale a uma exigência por uma austeridade maior, diz o FMI. A instituição quer que a meta grega seja reduzida a 1,5 pct do PIB e o país seja concedido um significativo alívio de dívida.
Texto integral em inglês: (Traduzido por Nadiia Karpina, Gdynia Newsroom, Editado por Patrícia Vicente Rua)