Por Claudia Violante
SÃO PAULO, 23 Abr (Reuters) - Os contratos futuros de juros fecharam em alta nesta segunda-feira, sobretudo o trecho mais longo, em meio ao avanço do dólar ante o real e do rendimento dos Treasuries de 10 anos, diante da possibilidade de mais juros nos Estados Unidos.
"Em linhas gerais, os receios de que a inflação dos EUA possa surpreender para cima... amparavam esse movimento do mercado de títulos e do dólar americano", trouxe a corretora Renascença em relatório.
No exterior, o rendimento do Treasury de 10 anos US10YT=RR dos Estados Unidos subia e atingiu mais cedo seu maior nível em mais de quatro anos, ao redor de 3 por cento, em meio a preocupações com a crescente oferta de dívida pública e a aceleração da inflação. Tesouro norte-americano ampliou o endividamento para financiar sua operação, após a reforma tributária do ano passado e um acordo orçamentário de dois anos, alcançado em fevereiro.
Uma liquidação adicional em Treasuries aumentou a curva de rendimento de seus níveis mais planos em mais de uma década na semana passada.
O movimento também refletiu alguma ansiedade entre os operadores sobre se a expansão econômica dos EUA está perdendo força, já que as expectativas de mais aumentos nas taxas de curto prazo pelo Federal Reserve, banco central do país, podem desacelerar os gastos e investimentos das empresas e dos consumidores.
Internamente, o dólar saltava mais de 1 por cento e voltou ao patamar de 3,45 reais, o que ajudou a pressionar os DIs mais longos em meio aos efeitos na inflação.
O trecho mais curto da curva terminou o dia praticamente estável, após a pesquisa Focus do Banco Central, que ouve uma centena de economistas todas as semanas, mostrar que a perspectiva de que o corte da Selic esperado para maio será o último do atual ciclo de afrouxamento monetário. curva a termo seguiu precificando cerca de 75 por cento de chances de corte de 0,25 ponto percentual na Selic no próximo mês, com o restante indicando manutenção, segundo operadores.
Para a reunião de junho do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, os DIs também mantiveram a precificação de cerca de 25 por cento de apostas de outro corte de 0,25 ponto da Selic, com o restante em manutenção.
Em março, o BC cortou a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para o piso histórico de 6,50 por cento ao ano.
Veja as taxas dos principais contratos de DIs às 16:30:
mês
ticker
último fechamento variação
(%)
anterior
(p.p.)
(%)
JUL8
2DIJJ18
6,249
6,252
-0,003 JAN9
2DIJF19
6,225
6,215
0,01 JAN0
2DIJF20
6,92
6,89
0,03 JAN21
2DIJF21
7,93
7,87
0,06 JAN23
2DIJF23
9,18
9,07
0,11
(Edição de Patrícia Duarte)