Líderes G20 cedem aos EUA e recuam no acordo de livre comércio

Publicado 20.03.2017, 07:28
© Reuters.  Líderes G20 cedem aos EUA e recuam no acordo de livre comércio

BADEN BADEN, 20 Mar (Reuters) - Os líderes financeiros das maiores economias do mundo recuaram na promessa de manter o comércio global livre e aberto, concordando com o protecionismo cada vez maior dos Estados Unidos, depois de não ser possível chegar a um acordo na reunião de dois dias.

Quebrando uma tradição que durava há uma década de apoiar o livre comércio, os ministros das finanças e chefes de bancos centrais do G20 fizeram apenas uma referência simbólica ao comércio no seu comunicado, no sábado, derrota clara da nação anfitriã Alemanha, que lutou contra as tentativas do novo governo norte-americano de enfraquecer compromissos anteriores.

No maior conflito da nova administração dos EUA com a comunidade internacional, as autoridades do G20 também retiraram do seu comunicado a promessa de financiar a luta contra as mudanças climáticas, resultado que já era antecipado, depois do presidente norte-americano Donald Trump chamar o aquecimento global de "engano".

Numa reunião que, segundo alguns, às vezes foi 19 contra um, os EUA não cederam em questões chave, essencialmente atacando acordos anteriores, já que o G20 exige consenso. Mesmo assim, o diálogo foi amigável e sem confrontos, deixando a porta aberta para um acordo futuro, disseram decisores presentes na reunião.

"Este é o meu primeiro G20, por isso, o que estava no comunicado anterior não é necessariamente relevante, do meu ponto de vista", disse o secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, em Baden Baden.

"Eu entendo o desejo do presidente e as suas políticas, e eu negociei-as aqui", disse Munichin. "Não poderia ter ficado mais feliz com o resultado".

Procurando colocar a "América primeiro", Trump já se retirou de um acordo comercial importante e propôs novos impostos em importações, argumentando que algumas relações comerciais têm de ser trabalhadas para serem mais justas para os trabalhadores norte-americanos.

O comércio internacional constitui quase metade da produção económica global e decisores disseram que o assunto poderia ser revisitado na reunião dos líderes do G20, em julho.

Enquanto alguns expressaram frustrações, como o ministro das Finanças da França, Michel Sapin, outros minimizaram a disputa.

"Não é que não estejamos unidos", disse o ministro alemão Wolfgang Schäuble. "Não houve discussão de que somos contra o protecionismo. Mas não está muito claro o que (protecionismo) significa para cada um (dos ministros)".

Acrescentou que alguns ministros não tinham autonomia total para negociar já que não estão totalmente à frente de assuntos comerciais.

Outros sugeriram que a reunião dos líderes do G20, em Hamburgo, em julho, poderá ser uma oportunidade real para convencer os EUA. (traduzido por Lisboa Editorial)

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