(Acrescenta citações do CEO José Félix Morgado)
Por Sergio Goncalves
LISBOA, 9 Out (Reuters) - A Caixa Económica Montepio (LS:MPIO) Geral regressou hoje ao mercado de dívida após a ausência de oito anos, emitindo com sucesso 750 ME de 'covered bonds' a 5 anos com fortíssima procura, que abre boas perspectivas para a colocação de uma carteira de 'non performing loans' (NPLs), disse o CEO José Félix Morgado.
Adiantou que a operação liderada pelo JP Morgan, NatWest MArkets e Unicredit (MI:CRDI), com uma maturidade de 5 anos e referencial inicial de pricing nos 75 basis points (bp) sobre a curva de 'mid swaps' "foi posteriormente revista para os 65 bps".
A taxa de juro anual fixou em 0,875 pct, referiu a CEMG.
Realçou que a procura superou a oferta em cerca de 5 vezes, tendo o montante inicial da emissão sido aumentado dos 500 ME previstos inicialmente, para os 750 ME, referiu o Montepio, acerca desta emissão de obrigações hipotecárias (covered bonds).
O CEO da CEMG referiu que a forte procura, que levou ao aumento da emissão e à descida do 'spread' "é um sucesso", destacando que, no 'roadshow' os investidores, "tinham avaliado como muito positivo" todo o trabalho da equipa de gestão quanto à reestruturação, credibilização, transparência, e resultados.
"Esta avaliação (dos investidores) foi muito positiva, abrindo também boas perspectivas para a colocação de (uma carteira) de NPLs que estamos a preparar", disse à Reuters José Félix Morgado, Chief Executive Officer (CEO) da CEMG.
Adiantou que ainda não estão definidas as condições desta colocação de NPLs, que "pode ser da mesma dimensão" da emissão de hoje.
Afirmou que a emissão de hoje foi possível devido à passagem do banco a sociedade anónima, destacando que "a emissão foi colocada em plena crise da Catalunha, com todo o tipo de implicações".
"O sucesso da operação reflecte a confiança dos investidores na execução do Plano Estratégico 2016-18 que vem sendo assegurada pelo Conselho de Administração Executivo", frisou em comunicado.
O CEO afirmou que o "trend de resultados da CEMG no primeiro e segundo trimestre também ajudou".
A CEMG teve um lucro líquido de 13 milhões de euros (ME) no primeiro semestre de 2017, contra um prejuízo de 67,6 ME há um ano atrás, com um forte aumento da margem financeira e mais comissões, num contexto de redução de custos e imparidades.
O rácio de capital core - 'common equity Tier 1 - ascendeu a 12,6 pct em Junho de 2017, beneficiando do aumento de capital de 250 ME e da redução dos ativos ponderados pelo risco (RWAs) em 1.255 ME.
Os rácios de capital não incorporam, ainda, o efeito estimado de +50 pontos base relativos à adesão ao regime dos activos por impostos diferidos.
A CEMG afirmou que a emissão de hoje é "inovadora no mercado português devido à sua característica 'conditional pass through' teve rating A3/A/A pela Moody's, Fitch e DBRS".
A operação está integrada no Programa de emissão de obrigações hipotecárias registado e aprovado pelo Banco Central da Irlanda e tem como data de subscrição o próximo dia 17 de outubro.
A procura dos investidores contou com mais de 140 institucionais.
(Por Sérgio Gonçalves,; Editado por Daniel Alvarenga)