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LISBOA, 14 Nov (Reuters) - A economia portuguesa acelerou para um crescimento em cadeia de 0,5 pct no terceiro trimestre de 2017 face a 0,3 pct no anterior, assente na expansão do consumo privado e nas exportações, segundo dados da estimativa rápida do INE.
Em termos homólogos, o ritmo de expansão abrandou para 2,5 pct, contra 3 pct no segundo trimestre, com o investimento a travar e o consumo privado a acelerar.
"São números positivos que confirmam o crescimento contínuo da economia portuguesa desde meados de 2013, considerando variações homólogas, já são 16 trimestres consecutivos de crescimento", disse Filipe Garcia, economista da Informação de Mercados Financeiros.
"Trata-se de uma evolução bastante positiva que continua a resultar de uma conjuntura muito favorável: política monetária expansionista, taxas de juro muito baixas, melhoria do rating e da situação da banca nacional e com a economia mundial e europeia a crescer de forma sustentada".
O INE explicou que o contributo da procura externa líquida para a variação em cadeia do PIB passou de negativo a positivo, observando-se um aumento das exportações de bens e serviços superior ao das importações.
A procura interna diminuiu ligeiramente no terceiro trimestre, devido à redução do investimento, tendo o consumo privado aumentado, acrescentou.
Filipe Garcia, da consultora IMF, referiu que "os principais parceiros: Espanha, França e Alemanha, atravessam um bom momento. Por outro lado, o setor do turismo em Portugal continua em crescimentos acelerados, o que a par dos outros fatores leva a que tenha aumentado muito o número de novos projetos e que influencia de forma muito positiva o setor imobiliário".
"Destaca-se neste terceiro trimestre o contributo do consumo privado e menos o investimento. Isto poderá ser reflexo da evolução do investimento público porque no caso da construção civil estamos à espera de um segundo semestre forte".
Acrescentou que os resultados da procura externa líquida são "animadores". "Resultam do bom momento económico dos nossos parceiros e também muito assentes do espetacular desenvolvimento do turismo".
O Governo projecta uma expansão do PIB de 2,6 pct em 2017 e um abrandamento para 2,2 pct em 2018. O défice é visto fixar-se em 1,4 pct do PIB e 1 pct no próximo ano. (Por Daniel Alvarenga; Editado por Sérgio Gonçalves)