LONDRES, Jan 25 (Reuters) - Os governos europeus estão a tentar tornar a emissão de dívida pública mais atractiva para os bancos de investimento, tentando evitar que mais deixem o sector num êxodo que poderia impulsionar os custos de financiamento.
Um declínio no número de bancos que lidam com os negócios sobre obrigações para os governos - o Credit Agricole (PA:CAGR) foi o último a retirar-se do 'primary dealing' em alguns países europeus no ano passado - tem suscitado receios sobre a redução da concorrência nas colocações de dívida que pode fazer com que os governos enfrentem taxas de juros mais altas as agências de emissão de dívida dizem que não existe uma ameaça imediata no seu modelo de financiamento, alguns reconhecem que são necessárias mais acções para manter os bancos. Isso poderá incluir o aumento da quota dos empréstimos por sindicação, pelos quais os bancos cobram uma taxa.
Os 'primary deallers' subscrevem as emissões de dívida, comprando as obrigações dos governos em leilões e vendendo-as aos investidores com vista a obterem lucro. Eles também são responsáveis por preservar a liquidez dessas obrigações entre os investidores no mercado secundário, por isso precisam de manter a dívida nos seus livros.
Contudo, sob pressão dos reguladores para reduzir a exposição ao risco, muitos bancos têm reavaliado o seu envolvimento neste negócio, sendo uma preocupação para alguns governos.
"Embora estejamos satisfeitos com o nosso modelo de negócios por enquanto, houve muita discussão sobre se os países precisam mudar o modelo e oferecer alguns incentivos para os bancos", disse Teppo Koivisto, director de finanças no Tesouro do Estado da Finlândia.
Algum tipo de mudança gradual no modelo de 'primary dealership' parece ser inevitável, disse ele.
Texto integral em inglês: por Abhinav Ramnarayan; traduzido por Nadiia Karpina, Gdynia Newsroom;Editado em português por Daniel Alvarenga em Lisboa)