LISBOA, 14 Set (Reuters) - Usando máscaras e tentando manter uma distância segura, mais de um milhão de alunos voltaram às escolas em Portugal esta segunda-feira, um momento muito esperado por muitos depois dos alunos terem sido forçados em Março a aprender remotamente devido ao pandemia do coronavírus.
No Liceu Maria Amália, em Lisboa, os adolescentes foram chamados à sala de aula um a um e solicitados a desinfectar as mãos, enquanto as janelas ficaram abertas.
Ao lado do filho enquanto esperavam do lado de fora, Alexandra Borges disse temer que houvesse novas infecções na escola, mas voltar às aulas presenciais era essencial para alunos de todas as idades, incluíndo o seu filho Pedro, que trouxe desinfectante para as mãos dentro da sua mochila.
"Foi um pouco difícil porque tenho um filho com necessidades especiais, o que torna as coisas ainda mais complicadas", disse ela sobre o período de estudo em casa. "Havia várias crianças deprimidas, com muita vontade de voltar para a escola."
Portugal ordenou que escolas, jardins de infância e universidades fechassem em meados de Março, quando um confinamento foi imposto para combater a disseminação do coronavírus. As aulas foram substituídas por aulas online e programas diários de TV de vários assuntos.
"Foi difícil para todos porque de repente, sem esperar, tínhamos que ficar em casa", disse Fátima Lopes, directora do Liceu Maria Amália.
"Todos nós estamos a tentar fazer melhor", disse Lopes. "Duvido que possamos fazer isso de forma exemplar desde o início."
O número de infecções diárias aumentou em Portugal desde o fim do confinamento e está agora próximo dos níveis verificados pela última vez em Abril.
A professora de química, Helena Teixeira, disse que um dos maiores desafios será não poder ficar perto dos alunos e dar-lhes um apoio personalizado.
"Será um problema muito sério", disse Teixeira enquanto os seus alunos se sentavam em silêncio atrás dela. "(Mas) estou sempre feliz por estar com eles."
texto original em inglês: (Reportagem de Catarina Demony, Miguel Pereira e Rafael Marchante; Traduzido para português por João Manuel Maurício, Gdansk Newsroom; Editado por Patrícia Vicente Rua em Lisboa)