Recentemente (nos passados dias 20 e 21 de Setembro), o Federal Open Market Committee (ou Comité Federal do Mercado Aberto, em português), reuniu para deliberar sobre as suas projecções económicas até 2025.
O Comité congregou para que os seus participantes submetessem as suas estimativas relativamente ao futuro dos principais indicadores económicos: PIB, taxa de desemprego e inflação.
Adicionalmente, forneceram também o seu julgamento sobre as medidas e políticas monetárias mais apropriadas a adoptar.
O Comitê, constituído por 12 membros – os 7 membros do Conselho de Governadores do Banco Federal, os 4 restantes presidentes do Banco de Reservas, e o presidente do Banco Federal de Nova York – completou assim a antepenúltima das suas 8 sessões anuais.
Comunicado de imprensa do FOMC
Os mais recentes indicadores apontam para um crescimento moderado da produção e do consumo. Os ganhos de emprego têm sido robustos nos últimos meses, e a taxa de desemprego tem permanecido baixa.
A inflação permanece elevada, reflectindo desequilíbrios da oferta e da procura relacionados com a pandemia, preços mais elevados dos alimentos e da energia, e pressões de preços mais amplas.
Adicionalmente, a dúzia de membros ressalvou o impacto que a guerra na Ucrânia teve em termos humanitários e económicos, produzindo pressão adicional na inflação e na economia mundial, apontando-a como o principal impulsionador da mesma.
Já como causas do aumento das taxas de juro, apontam a baixa taxa de desemprego e o aumento da inflação.
Em unanimidade, os 12 membros votaram de acordo com um aumento das taxas de juro americanas, estabelecendo o intervalo ideal entre os 3% e os 3,25%, o valor mais alto desde 2008.
Ressalvaram também que o Balanço do Banco Federal continuará a ser reduzido de acordo com o plano que foi anunciado em Maio. De acordo com este plano, o Fed começou a reduzir as suas participações obrigacionistas em 47,5 mil milhões de dólares por mês em Junho, Julho e Agosto de 2022, aumentando depois este montante para 95 mil milhões de dólares por mês.
Projecções Económicas até 2025
Relativamente aos indicadores económicos mais populares, a média das estimativas elaboradas por cada um dos 12 membros do Comité foi a seguinte:
Variável (%) | 2022 | 2023 | 2024 | 2025 | A longo prazo |
---|---|---|---|---|---|
Variação PIB | 0,2 | 1,2 | 1,7 | 1,8 | 1,8 |
Projecção Junho | 1,7 | 1,7 | 1,9 | – | 1,8 |
Taxa de Desemprego | 3,8 | 4,4 | 4,4 | 4,3 | 4,0 |
Projecção Junho | 3,7 | 3,9 | 4,1 | – | 4,0 |
Inflação | 5,4 | 2,8 | 2,3 | 2,0 | 2,0 |
Projecção Junho | 5,2 | 2,6 | 2,2 | – | 2,0 |
Projecções económicas do FOMC a Setembro de 2022
Em comparação com as projecções apresentadas na reunião de Junho de 2022, as mais recentes previsões antecipam um menor crescimento real do PIB, e uma taxa de desemprego e inflação mais elevadas.
O crescimento do PIB, entre os 3 factores, foi o que sofreu uma maior correcção face à estimativa de Junho, reflectindo um ajuste das expectativas futuras do Comité. Esse ajuste tem em conta o futuro abrandamento da economia proveniente do aumento das taxas de juro, algo proposto pelo próprio Comité.
Relativamente à inflação, a expectativa do Comité é de que esta possua uma curta meia-vida, estimando que se reduza para metade no próximo ano e que se normalize futuramente.
No que concerne à taxa de desemprego, foi estimado que esta aumente em 5 pontos percentuais no ano seguinte. No entanto, dado que, historicamente, a taxa de desemprego mais baixa no início de uma recessão foi de 4,7%, uma recessão num futuro próximo não aparenta ser algo que o Comité esteja a sugerir.