A recessão económica provocada pela pandemia de Covid-19 deverá levar a um aumento da dívida global superior ao pós-Segunda Guerra Mundial.
Um dia depois das notícias sobre uma forte desaceleração económica, o Fundo Monetário Internacional alerta que o nível da dívida e de possíveis insolvências está a aumentar.
O Conselheiro do FMI, Tobias Adrian, lembra que "em alguns países da Zona Euro, a dívida empresarial é bastante elevada, mas não é o caso de todos os países. A França, por exemplo, é um dos principais países onde o setor empresarial está bastante alavancado, onde a alavancagem está certamente a aumentar. A Alemanha é um exemplo onde as avaliações do crédito à habitação foram esticadas e a dívida das famílias tem vindo a aumentar."
A recessão vai ser um teste à resiliência do setor bancário, mas, em entrevista à Euronews, Tobias Adrian diz que os bancos entraram nesta crise muito mais fortes.
"Os bancos estão muito melhor capitalizados hoje do que estavam na crise de 2008. 10 anos de reformas no sistema bancário tornaram o sistema muito mais resiliente. Os bancos têm agora amortecedores que podem utilizar."
Os principais bancos centrais de todo o mundo contribuíram para a flexibilização das condições financeiras através de cortes nas taxas de juro.
Segundo o FMI, os governos devem resistir à tentação de acumular demasiada dívida, mesmo com as atuais condições financeiras favoráveis, para não comprometerem a recuperação económica futura.