Por causa da variante Ómicron, muito mais contagiosa, as reservas nas companhias aéreas caíram drasticamente.
Várias companhias querem cancelar voos, mas depois arriscam-se a perder os direitos de aterragem. A Bélgica está a pedir à Europa que ajuste as regras. Se isto não acontecer, a Brussels Airlines terá de realizar milhares de voos desnecessários nos próximos meses.
Para George Gilkinet, ministro da Mobilidade da Bélgica, não faz sentido organizar voos vazios, do ponto de vista ambiental e económico, e do ponto de vista das companhias aéreas afetadas pela covid. Gilkinet já escreveu uma carta à Comissão Europeia a pedir uma flexibilização das regras, “para que não tenhamos aviões vazios no céu".
Um dos bens mais valiosos para uma companhia aérea são as chamadas faixas horárias, as horas em que são autorizadas a descolar e aterrar num aeroporto. Se não as utilizarem, perdem-nas automaticamente e depois outra companhia aérea pode comprá-las.
Maaike Andries, porta-voz Brussels Airlines, diz que se este esquema não for alargado, a companhia será forçada a realizar voos desnecessários. “Para a Brussels Airlines isto significa 3 mil voos, que poderiam ser evitados de um ponto de vista ecológico e económico, apenas para salvaguardar os nossos direitos de descolagem e aterragem", revela.
Desde o início da pandemia, a Comissão Europeia reduziu a proporção das faixas horárias para 50%. Mas agora quer diminuir essa medida excepcional, o que significa que mais aviões terão de voar vazios sobre o espaço aéreo europeu.