Mais trabalho e precariedade; menos reconhecimento, menos dinheiro e menor acesso aos lugares de topo. O diagnóstico da situação laboral das mulheres agravou-se com a pandemia. É a conclusão de vários estudos internacionais.
Os indicadores são demolidores, a começar pela violência doméstica que aumentou mais de 30% em grande parte dos países europeus. São também elas que mais empregos perderam neste útimo ano e as mais afetadas pelo layoff.
Dados da Organização Mundial de Saúde euronews
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho, 41% das mulheres trabalham nos sectores mais duramente atingidos pela pandemia. E apesar de todos os pesares, os estudos revelam que se houvesse um troféu de heroínas da pandemia, este deveria ser entregue às mulheres. São elas que estão na linha da frente: mais de 70% dos empregos com relevância sistémica são desempenhados pelas mulheres. Neste bolo contam-se as pessoas que trabalham em hospitais, lares ou escolas, mas também empregadas de limpeza ou do comércio.
No setor da saúde, a discriminação dispara. A Organização Mundial do Trabalho estima que metade das tarefas das trabalhadoras não são remuneradas.
Um estudo recente da McKinsey concluiu ainda que a pandemia afectou de uma forma particular as mulheres negras; uma em cada quatro considera reduzir o trabalho ou abandonar totalmente a carreira.
A paridade de género está cada vez mais longe. Antes da pandemia deveria ser atingida em 100 anos; agora será mais.
No que toca a cargos de topo, as mulheres continuam a ser a excepção. Mas há um indicador que importa explorar: no pico da primeira vaga da pandemia, em Maio de 2020, os países com mulheres em posições de liderança tinham taxas de mortalidade seis vezes mais baixas do que os países liderados por homens.
Indicadores para refletir todos os dias. De forma especial esta segunda-feira - Dia Internacional da Mulher.