(Acrescenta com comentário do Director de Gestão de Activos do Banco Carregosa)
LISBOA, 11 Set (Reuters) - Portugal colocou 1.000 milhões de euros (ME) de Obrigações do Tesouro (OT), com a taxa a 10 anos a tocar um novo mínimo em mercado primário e a yield a 15 anos a descer, espelhando a abundante liquidez, segundo a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública-IGCP.
Adiantou que colocou 600 ME no prazo mais curto e 400 ME no mais longo. O montante indicativo global das duas emissões situava-se entre 1.000 e 1.250 ME.
"As 'yields' das dívidas soberanas europeias têm atingido records mínimos sem precedentes. As emissões tiveram uma 'yield' a 10 anos de 0,264% e a 15 anos de 0,676%, ambas baixaram face ao último leilão comparável", explicou Filipe Silva, Director de Gestão de Activos do Banco Carregosa.
Os 'bonds' a 10 anos foram colocados à taxa média ponderada de 0,264%, contra 0,510% no anterior leilão e abaixo dos 0,29% a que negoceia em mercado secundário.
A colocação dos títulos a 15 anos foi feita à taxa média de 0,676% versus 1,052%.
A procura na maturidade mais curta excedeu a oferta em 2,11 vezes, enquanto na mais longa o rácio 'bid to cover' se situou em 2,30 vezes.
"O abrandamento económico mundial, em especial da Alemanha, tem levado muitos analistas a darem nota que poderemos vir a entrar em recessão, o que tem levado os bancos centrais a terem posturas mais acomodatícias", referiu.
"Espera-se que o Banco Central Europeu amanhã baixe as taxas de juro e anuncie um novo pacote de estímulos, para ver se conseguem levar a inflação de volta aos 2%. Na próxima semana espera-se um movimento semelhante por parte da Reserva Federal, corte de taxas", acrescentou.
Lembrou que "Portugal é que continua a beneficiar com as taxas de juro baixas e vai renovando a sua dívida com 'yields' cada vez mais baixas, o que tem permitido baixar o custo médio da mesma".
No mercado secundário, a 'yield' das Obrigações do Tesouro de Portugal a 10 anos PT10YT=TWEB segue a negociar nos 0,292%, contra 0,288% no último fecho.
(Por Patrícia Vicente Rua e Joao Manuel Mauricio; Editado por Sérgio Gonçalves)