A Uber (NYSE:UBER) quer aplicar na União Europeia o modelo de trabalho aprovado no estado norte-americano da Califórnia : os motoristas e estafetas têm acesso a proteções sociais mas não são considerados funcionários. A plataforma de transporte defende que este quadro é essencial para não ter de aumentar o preço aos consumidores.
Vicky Pryce, do Centro de Pesquisa em Economia e Negócios, falou com a Euronews sobre as reivindicações da tecnológica norte-americana.
Pryce considera que o problema com a Europa é que cada país tem tomado as suas decisões. A economista explica que a União Europeia está agora a procurar formas de harmonizar estas regras.
Em alguns países da União Europeia os condutores da Uber são vistos como empregados. Noutros, como trabalhadores independentes. Para a Uber, “a regulamentação do trabalho das plataformas tem de reconhecer o valor do trabalho independente”.
Vicky Pryce lembra que é preciso ter em conta uma nova realidade depois da Covid-19, porque “depois da pandemia vamos ter mais pessoas a trabalhar de forma mais flexível, outras que vão querer trabalhar desta forma e ainda quem não terá outra escolha”. “E qualquer movimento para assegurar que pelo menos têm os direitos básicos, como o subsídio de doença, algumas férias, ou ganham pelo menos o salário mínimo, será uma parte muito importante de todo o processo”, defende a economista.
A proposta da Uber é apresentada nove dias antes de a Comissão Europeia ouvir os representantes dos estafetas e dos motoristas.