LISBOA, 12 Jan (Reuters) - O UBS vê a telecom NOS NOS.LS tem vantagens competitivas face aos rivais, com uma melhor rede fibra e experiência nos conteúdos de televisão, mas cortou o preço-alvo em 5 pct para 5,7 euros, prevendo um maior esforço de capex e menos dividendos.
"Mais uma vez ajustamos uma subida do capex para reflectir as ambições de expansão de rede e as necessidades de capex para o móvel. Cortamos as nossas expectativas de dividendo em 5 pct, em média nos próximos três anos, prevendo uma geração de caixa mais baixa", disse Bosco Ojeda, analista do UBS.
"A NOS beneficia de vantagem competitiva: uma melhor rede e conteúdos de TV".
Ojeda destacou a cobertura de 3,7 milhões de casas em Portugal, quase 85 pct do país, e referiu que "tem mais experiência que outros 'players' nos conteúdos de televisão".
"Contudo, o historial na conversão em 'cash' é muito fraco, nos últimos três anos o 'free cash flow' foi quase inexistente", alertou.
Acrescentou que os elevados custos dos conteúdos de futebol vão afectar as margens em 2017 e 2018. "Isto deverá ser compensado por preços mais altos, mas acreditamos que uma subida de 5 pct é insuficiente para gerar 'free cash flow' de forma sólida".
Apesar do corte de alvo, o UBS vê potencial para reduzir o capex e despesas, mas refere que a cultura e estratégia da NOS tem sido expandir o 'top line', mais do que gerar 'free cash flow'.
"A indústria de telecoms tem grandes esperanças, globalmente, na subida de preços e Portugal é, no papel, um mercado de elevado potencial: está muito concentrado na PT, NOS e Vodafone, tem elevados níveis de convergência e os preços actuais são baixos".
Referiu que a Vodafone avançou com uma subida de preços de cerca de 5 pct em meados de 2016, depois a NOS com cerca de 5 pct em Dezembro ... mas em 2017 a PT "com fortes descontos de 50 pct para os 'bundles' de novos clientes".
"Acreditamos que este movimento é temporário, mas é mais uma vez um sinal que o mercado permanece competitivo", frisou Bosco Ojeda.
Nota: Esta Recomendação de Investimento foi distribuída aos clientes do UBS a 12 de Janeiro de 2017.
O leitor deve consultar este documento de research integralmente, nomeadamente quanto ao 'disclaimer', solicitando-o à casa de investimento que o elaborou.
(Por Daniel Alvarenga; Editado por Sérgio Gonçalves)