LISBOA, 16 Nov (Reuters) - O índice accionista português PSI20 .PSI20 fechou a cair 0,21 pct, penalizado pelas quedas das energéticas e do BCP, embora a aliviar dos mínimos da sessão, ao passo que o prémio de risco voltou a agravar, segundo dealers.
* Na Europa, o índice STOXX 600 .STOXX caiu 0,2 pct, penalizado pelas descida mais fortes da banca .SX7P e do sector de construção e materiais .SXOP .
* Nos EUA, o Dow Jones .DJI cai 0,3 pct e o S&P .SPX desce 0,2 pct, com o sector financeiro alvo de 'profit taking' após um 'rally' de sete sessões consecutivas de ganhos, desde a surpreendente eleição de Donald Trump para a presidencia.
* Os planos de Trump para cortar impostos e aumentar o investimento em infraestrutura deverão impulsionar a atividade económica, enquanto suas propostas para deportar imigrantes ilegais e impor tarifas sobre importações baratas são vistas a impulsionar a inflação.
* Essa perspectiva deu origem a expectativas de que as taxas de juros dos EUA vão subir mais rápido do que antes se previa, impulsionando o índice dólar .DXY para máximos de 14 anos.
* De acordo com a Thomson Reuters, a probabilidade de uma subida na taxa de juro pelo banco central norte-americano na reunião de Dezembro é de 81 pct.
* Em Lisboa, a acções do Millennium bcp BCP.LS recuaram 3,43 pct, acompanhando as descidas dos pares europeus, também alvo de tomada de mais valias.
* A EDP (SA:ENBR3) EDP.LS perdeu 1,42 pct e a Galp Energia GALP.LS caiu 0,25 pct, a corrigir dos ganhos de ontem. A 'oil& gas' acompanha ainda a descida de 0,5 pct do barril de Brent e de 0,4 pct do barril de crude para 46,67 dólares e 45,6 dólares.
* Os preços do petróleo reflectem o mais recente relatório da Agencia de Informação de Energia que anunciou uma subida, superior à esperada, dos inventários de crude nos EUA em 5,3 milhões de barris, acima dos 1,5 milhões estimados. Pela positiva, as acções da Pharol PHRA.LS ganharam 4,32 pct, as da Jerónimo Martins JMT.LS somaram 0,51 pct. Das da EDP Renováveis EDPR.LS 0,4 pct e da Altri ALSS.LS subiram 1,76 pct.
No mercado de dívida, a 'yield' 'benchmark' das obrigações portuguesas a 10 anos dispara hoje 16 pontos base para 3,68 pct, em sintonia com os pares, penalizada pelo 'sell off' geral do mercado de obrigações nas últimas sessões, perante as perspectivas de um aumento da inflação
Alguns operadores também explicam a subida dos juros nacionais com a possibilidade de uma emissão de dívida de longo prazo na próxima semana.
O Tesouro colocou hoje 1.500 milhões de euros (ME) de Bilhetes do Tesouro (BT) a seis e 12 meses com as taxas praticamente estáveis face às últimas emissões comparáveis, apesar da forte subida dos 'yields' e um dia após o país ter surpreendido os analistas com uma expansão da economia muito superior ao esperado no terceiro trimestre de 2016. o máximo previsto e tivemos um ligeiro ajuste em alta nas taxas, reflexo do que se passou esta semana no mercado secundário, no rescaldo da vitória eleitoral de Donald Trump", disse Filipe Silva, gestor de dívida do Banco Carregosa.
Para Marisa Cabrita, gestora de activos da Orey Financial: "na generalidade, considerando o 'sell off' observado no mercado obrigacionista, um pouco por todo o lado, depois da eleição de Donald Trump, e que levou à subida das 'yields', os resultados do leilão de hoje podem ser considerados positivos".
(Por Patrícia Vicente Rua; Editado por Sérgio Gonçalves)