(Texto atualizado com mais informações)
Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO, 11 Mar (Reuters) - O dólar ampliava a alta contra o real nesta quarta-feira, superando 4,70 reais depois de registrar a maior queda em seis meses na sessão anterior, acompanhando o menor apetite por risco no exterior após a Organização Mundial da Saúde caracterizar o coronavírus como uma pandemia.
Às 14:23, o dólar BRBY avançava 1,27%, a 4,7049 reais na venda, e na máxima do dia tocou 4,71 reais. O dólar futuro de maior liquidez DOLc1 operava em alta de 1,14%, a 4,7075 reais.
Em todo o mundo, os investidores adotavam um tom mais cauteloso à medida que acompanhavam a rápida expansão do surto de coronavírus, principalmente depois que, nesta quarta-feira, a Organização Mundial da Saúde definiu a doença como uma pandemia. coronavírus já forçou vários governos e bancos centrais a anunciarem medidas de emergência para evitar que a doença leve a uma nova recessão econômica, mas ainda permanecem dúvidas sobre sua eficiência.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na terça-feira que pedirá ao Congresso um corte de impostos sobre salários e outros movimentos de estímulo "muito importantes", mas detalhes ainda não estão claros.
Enquanto as autoridades norte-americanas procuram maneiras de lidar com o surto de coronavírus, o governo Trump está considerando cortar impostos, candidatos presidenciais democratas estão cancelando eventos e o governador do Estado de Nova York está dizendo que o governo federal "tropeçou no trabalho". discussão se volta agora para o cronograma de implementação desse pacote – quando e quanto será de fato implementado, e se outros países seguirão esses passos e aplicarão estímulos para apoiar a economia", disse em nota a XP Investimentos.
No exterior a aversão a risco fortalecia iene japonês JPY= e franco suíço CHF= , dois ativos procurados em tempos de cautela financeira ou geopolítica.
Ao mesmo tempo, os principais pares do real -- peso mexicano MXN= , lira turca TRY= e rand sul-africano ZAR= -- ampliavam as perdas contra o dólar, cedendo entre 0,7 e 1,7%. A falta de clareza das medidas de Trump colaboravam para esse movimento, segundo a Commcor DTVM, e o movimento contaminava a moeda brasileira.
No cenário doméstico, o Banco Central segue intervindo nos mercados de câmbio, mas deixou de ofertar dólar à vista, como havia feito na véspera. Nesta quarta-feira, a autarquia vendeu 20 mil contratos de swap tradicional com vencimentos em agosto, outubro e dezembro de 2020. BC, na véspera, vendeu 2 bilhões de dólares em moeda spot, o que ajudou a divisa norte-americana a cair 1,69%, a 4,6457 reais na venda, maior baixa diária desde 4 de setembro de 2019. (Edição de Camila Moreira)