(Texto atualizado com mais informações)
SÃO PAULO, 15 Abr (Reuters) - O dólar caía na manhã desta quinta-feira, mais uma vez influenciado pelo ambiente externo propício a risco, mas investidores vão monitorar na pauta doméstica a entrega da LDO de 2022, ainda em meio às discussões sobre o Orçamento deste ano.
O dólar à vista BRBY recuava 0,92%, a 5,6180 reais, às 9h34. A moeda acelerou as perdas após dados melhores que o esperado nos Estados Unidos. quarta, a moeda perdeu 0,83%, a 5,6699 reais na venda. divisas de risco como o real ganhavam terreno nos mercados internacionais, amparadas pelo otimismo de investidores em meio a novos balanços corporativos positivos nos Estados Unidos e também a mais indicadores macro acima do esperado. Os futuros de Wall Street 1YMcv1 EScv1 NQcv1 subiam, as commodities .TRCCRB avançavam, e os rendimentos dos Treasuries US10YT=RR caíam.
No Brasil, as atenções do mercado se voltavam para a apresentação pelo governo do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2022, estabelecendo os parâmetros para a peça orçamentária do próximo ano, incluindo uma meta fiscal.
O foco ainda é mais destacado porque o país nem sequer resolveu o impasse em torno do Orçamento de 2021, com o mercado recebendo diariamente informações sobre novas propostas discutidas no governo para resolver o imbróglio --as quais até aqui têm desagradado investidores.
Analistas e o próprio presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reconhecem o peso da preocupação fiscal nos preços do dólar, que nos atuais patamares faz do real a moeda mais barata no mundo, segundo o Deutsche Bank (DE:DBKGn).
"No curto prazo, o principal risco a ser monitorado são as despesas fora do teto de gastos em medidas para a Covid-19", disseram em nota Mansueto Almeida e Fabio Serrano, do BTG Pactual (SA:BBTG99).
"A médio prazo, um ponto central em nossas simulações é o cumprimento do teto de gastos. Os eventos recentes mostraram explicitamente a existência de pressões políticas para encontrar formas de contornar o instrumento, o que pode piorar rapidamente a trajetória do ajuste fiscal." (Por José de Castro)