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SÃO PAULO, 26 Dez (Reuters) - O dólar fechou em alta ante o real nesta quarta-feira, em linha com o desempenho da moeda no exterior diante do cenário político conturbado nos Estados Unidos, e em dia de atuação do Banco Central ofuscada pelo baixo volume de negociação no mercado doméstico.
O dólar BRBY avançou 0,64 por cento, a 3,9215 reais na venda. Na mínima da sessão, foi cotado a 3,8922 reais e na máxima, a 3,9421 reais. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,4 por cento.
No exterior, a recuperação das bolsas norte-americanas após fortes quedas na véspera do Natal ajudava o dólar a ganhar força contra a cesta das principais divisas globais .DXY . O movimento pressionou a cotação do dólar no mercado local, diante da baixa liquidez no período de fim de ano, segundo Fernanda Consorte, estrategista de câmbio do Banco Ourinvest.
"Faz um tempo que o dólar só olha para o exterior e o movimento se dá em cenário de baixa liquidez", sintetizou Fernanda.
"Embora o Banco Central tenha feito leilão de linha, o mercado está seco, qualquer notícia que afeta emergentes afeta o dólar aqui."
A economista chamou atenção para os desdobramentos da paralisação parcial do governo de Donald Trump, que desde sábado não possui financiamento para um quarto de seus programas, devido a um impasse entre a Casa Branca e democratas sobre recursos para construção de um muro na fronteira com o México, do qual o presidente dos EUA não abre mão.
A insistência de Trump deve manter o governo parcialmente paralisado até janeiro, ou até que o Congresso aprove dinheiro para a obra na fronteira, indicou o presidente norte-americano nesta quarta-feira. mercados reagem às incertezas políticas nos EUA", escreveram analistas da XP no início da sessão.
Investidores também acompanham desdobramentos da evolução das negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China, além da queda recente nas bolsas globais como indicador da desaceleração do crescimento mundial.
Enquanto negocia os termos de um acordo com a China para encerrar uma disputa comercial, Trump chegou a discutir reservadamente a demissão do chairman do Fed, Jerome Powell, e voltou a atacá-lo na véspera do Natal, dizendo que o banco central era o "único problema" da economia dos EUA. sessão, um auxiliar econômico da Casa Branca tentou afastar as preocupações afirmando que não há risco de Powell deixar o posto de chairman do banco central dos EUA. sua eleição em 2016, com maior ênfase a partir do fim de 2017, Trump tem sido um elemento de disrupção constante para o mercado financeiro americano e global", escreveu Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.
"Um dos grandes baluartes da economia americana é a independência formal do banco central e o pedido constante de demissão de Powell por parte de Trump e suas reclamações com o Fed tem ecoado negativamente no mercado, levando à pior véspera de Natal das bolsas americanas", completou.
Desde semana passada, o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, fez uma série de contatos para monitorar o mercado após o S&P 500 sinalizar que pode ter o pior mês desde a Grande Depressão, há quase um século.
Após consultar a liquidez dos seis maiores bancos do país, Mnuchin ouviu dos reguladores financeiros que não há nada fora do normal nos mercados, movimento que deixou investidores receosos. Banco Central brasileiro vendeu integralmente a oferta de 2 bilhões de dólares com compromisso de recompra, no sexto leilão da autoridade monetária em dezembro para aumentar a liquidez em momento de tradicional saída de recursos do país. Incluindo o leilão desta sessão, a autarquia ofereceu 7 bilhões de dólares em leilões do tipo em dezembro. (Por Iuri Dantas; Edição de Camila Moreira e Marcela Ayres)