SÃO PAULO, 13 Out (Reuters) - O dólar recuou ante o real nesta sexta-feira influenciado pelo mercado externo após a divulgação que a inflação dos Estados Unidos veio mais fraca do que o esperado em setembro, aliviando temores de que o banco central do país possa elevar os juros mais do que o esperado.
O dólar BRBY recuou 0,66 por cento, a 3,1491 reais na venda, depois de ter batido 3,1485 reais na mínima do dia. O dólar futuro DOLc1 recuava cerca de 0,75 por cento no final da tarde.
"Os números de inflação eram a notícia mais importante do dia. Como veio mais baixa do que o esperado, e os EUA querem inflação um pouco mais alta, esses números podem gerar dúvidas no Fed sobre nova alta dos juros", afirmou o operador de câmbio na Advanced Corretora, Alessandro Faganello, referindo-se ao Federal Reserve, banco central norte-americano.
Os preços ao consumidor nos Estados Unidos subiram 0,5 por cento em setembro, o maior avanço em oito meses, com os preços da gasolina subindo após as interrupções da produção relacionadas com os furacões, mas a inflação permaneceu fraca. Economistas ouvidos em pesquisa da Reuters esperavam avanço de 0,6 por cento no mês. isso, o mercado ficou mais aliviado e reduziu temores de que o Fed poderia elevar mais do que o esperado os juros no país. Na quarta-feira, ao divulgar sua ata, o banco central dos EUA informou que vários de seus membros disseram que irão se concentrar nos dados de inflação nos próximos meses ao decidir sobre os juros no futuro. mercado precificava que o Fed elevará novamente os juros em dezembro, o que seria a terceira vez neste ano. Taxas mais altas tendem a atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados hoje em outras praças financeiras, como a brasileira.
No exterior, o dólar recuava frente a uma cesta de moedas .DXY e também frente a divisas de países emergentes, como o peso chileno CLP= .
Internamente, a cena política continuava no radar dos investidores, à espera dos desdobramentos da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer na Câmara dos Deputados. Na próxima semana, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa deve votar o parecer do relator, deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), que sugeriu a rejeição da denúncia.
O dia também foi de baixo volume entre o feriado de Nossa Senhora Aparecida, na véspera, e o fim de semana. (Por Patrícia Duarte e Thaís Freitas; Edição de Maria Pia Palermo e Luiz Guilherme Gerbelli)