* PIB dos EUA sobe 1,4% no 2º tri, acima do estimado
* Auxílio-desemprego dos EUA vem melhor que previsto
* BC fará leilão de linha na 6ª com oferta também de dinheiro novo
Por Claudia Violante
SÃO PAULO, 29 Set (Reuters) - O dólar devolveu a alta exibida mais cedo e operava praticamente estável ante o real nesta quinta-feira, depois de pisar em terreno negativo, com fluxo de ingresso de recursos e após um dado de moradia norte-americano ter surpreendido negativamente.
Às 12:41, o dólar BRBY recuava 0,04 por cento, a 3,2205 reais na venda. O dólar futuro DOLc1 subia 0,16 por cento.
"Está tendo um pouco de entrada de recursos. O mercado vai até um nível de preços e daí passa a haver zeragem", comentou um profissional de câmbio de uma corretora nacional. "A tendência da moeda é de baixa", acrescentou.
A formação da Ptax de final de mês, que é a taxa de câmbio usada para liquidação dos derivativos cambiais, na sexta-feira, trazia volatilidade ao câmbio, e movimentos de sobe-e-desce ao longo da sessão devem ser frequentes.
"A pressão da Ptax não tende a ser para cima sempre. Mas sempre gera muita movimentação e o leilão de linha pode ser para evitar o excesso de especulação no mercado", disse o operador da corretora H.Commcor DTVM Cleber Alessie Machado.
Ajudavam a puxar a moeda norte-americana para baixo um dado mais fraco sobre moradia nos Estados Unidos e declarações favoráveis do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, sobre a aprovação da PEC do teto fiscal.
A Associação Nacional de Corretores informou nesta quinta-feira que seu índice de vendas pendentes de moradias nos EUA caiu 2,4 por cento, ante previsão de economistas consultados pela Reuters de que o dado ficaria inalterado. Meirelles disse, em evento na manhã desta quinta, que não há muito o que o governo ceder na PEC dos gastos públicos e há uma expectativa de que ela seja aprovada ainda este ano. cedo, o resultado do PIB do segundo trimestre e os pedidos de auxílio-desemprego dos EUA reforçaram as apostas de aumento dos juros no país, ao virem melhores do que as projeções, e pressionaram o dólar.
A pressão baixista sobre o dólar também decorria do leilão de linha de até 4 bilhões de dólares que o BC fará na sexta-feira, com 1,6 bilhão de dólares em dinheiro novo.
O Banco Central vendeu toda a oferta de 5 mil contratos de swap cambial reverso --equivalente à compra futura de dólares-- em leilão nesta manhã. (Por Claudia Violante; Edição de Camila Moreira)