(Texto atualizado com mais informações)
Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO, 3 Set (Reuters) - O dólar passava a recuar contra o real na manhã desta quinta-feira, acompanhando uma melhora no sentimento global na esteira de dados norte-americanos acima do esperado, enquanto os investidores locais reagiam a uma nova alta na indústria brasileira e aguardavam o encaminhamento da reforma administrativa ao Congresso pelo governo Bolsonaro.
Às 10:39, o dólar BRBY recuava 1,02%, a 5,3038 reais na venda, enquanto o dólar futuro negociado na B3 DOLc1 tinha queda de 0,72%, a 5,3075 reais.
Mais cedo, logo após a abertura, tanto o dólar à vista quanto o futuro haviam apresentado leve alta, mas devolveram os ganhos depois da notícia de que o número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego caiu mais do que o esperado na semana passada, a 881 mil. mercados internacionais, na esteira da divulgação dos números, os futuros de Wall Street reduziram suas perdas iniciais, enquanto os rendimentos dos Treasuries apresentaram alta.
Enquanto isso, o cenário político e econômico doméstico continuava no radar dos investidores.
Segundo Cristiane Quartaroli, economista do banco Ourinvest, "um dos principais 'drivers' do mercado é o ânimo maior por essa aparente coordenação política" entre o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, enquanto "a entrega da reforma administrativa ao Congresso é uma sinalizaçao positiva".
Secretários do Ministério da Economia participavam de entrevista coletiva nesta manhã para apresentar os detalhes sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma administrativa do governo federal, depois que a sinalização de retomada da agenda de reformas animou os mercados brasileiros na véspera. A cerimônia de entrega da proposta está prevista para as 18h. alívio no ambiente local vem depois de um agosto duro para o real, que foi duramente pressionado por perspectivas pessimistas sobre a política brasileira em meio a boatos sobre possível fraqueza de Paulo Guedes dentro do governo, assim como temores sobre o desrespeito ao teto de gastos diante dos gastos causados pela pandemia.
"Não sabemos até quando esse alívio se sustenta", disse Quartaroli, que citou um ajuste técnico depois dos fortes ganhos registrados pela moeda norte-americana em meio à incerteza doméstica como um fator de impulso para o real.
Nesta quinta-feira, os investidores também reagiam à divulgação de dados sobre a indústria brasileira, que iniciou o terceiro trimestre com aumento da produção pelo terceiro mês seguido e acima do esperado em julho. véspera, o dólar spot teve queda de 0,49%, a 5,3586 reais na venda, menor patamar desde 6 de agosto.
O Banco Central fará nesta sessão leilão de swap tradicional para rolagem de até 12 mil contratos com vencimento em março e julho de 2021. (Edição de Camila Moreira)