(Texto atualizado com cotações e contexto)
SÃO PAULO, 31 Out (Reuters) - O dólar avançava contra o real nesta quinta-feira, acompanhando a alta da moeda norte-americana no exterior ante divisas de risco, em meio a incertezas em torno de um possível acordo comercial entre Estados Unidos e China, em sessão marcada por volatilidade.
Às 12h48, o dólar à vista BRBY subia 0,61%, a 4,0109 reais na venda.
Na sessão anterior, a moeda norte-americana encerrou em queda de 0,40% no mercado à vista, a 3,9873 reais na venda. Faganello, operador de câmbio da Advanced Corretora, chamou atenção para os temas externos, um dia depois de o Federal Reserve cortar os juros nos Estados Unidos em 0,25 ponto percentual.
"Por enquanto, esse pode realmente ter sido o último corte, mas eles não sabem o que vai acontecer no meio do caminho, principalmente se tratando das relações comerciais EUA-China", afirmou Faganello.
Autoridades chinesas expressaram dúvidas nesta quinta sobre se será possível alcançar um acordo comercial abrangente de longo prazo com Washington. nesta quinta, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que os dois países estão "trabalhando na escolha de um novo local para a assinatura da Fase Um do Acordo Comercial", após o Chile cancelar uma cúpula planejada para meados de novembro. incertezas refletiam nos mercados de câmbio globais, com o dólar se valorizando contra a maioria de suas divisas. Contra moedas emergentes pares do real, como rand sul-africano ZAR= e peso mexicano MXN= , a moeda norte-americana também se valorizava, enquanto o índice do dólar .DXY , que compara a moeda contra uma cesta de moedas, tinha queda de 0,3%, pressionado pela valorização do iene JPY= , ativo demandando em tempos de incerteza.
Na cena doméstica, a "disputa" entre comprados e vendidos em dia de definição de Ptax do mês também contribuía para a volatilidade do dólar. Na mínima intradia, a moeda norte-americana chegou a tocar 3,9647 reais. Na máxima do dia, o dólar à vista foi negociado a 4,0183 reais.
A volatilidade atrelada ao exterior compensava qualquer efeito positivo ao câmbio vindo da sinalização do Banco Central de cautela sobre quedas de juros no começo de 2020. Na quarta-feira, o Banco Central reduziu a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, a 5% ao ano. próxima e última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) deste ano acontece em 10 e 11 de dezembro. (Por Stéfani Inouye; Edição de José de Castro)