SÃO PAULO, 11 Mar (Reuters) - O dólar acelerou as perdas e operava nas mínimas em duas semanas ante o real nesta quinta-feira, com o mercado embutindo nos preços a aprovação do texto-base da PEC Emergencial em votação em segundo turno na Câmara e também a intensificação da queda da moeda norte-americana no exterior, à medida que os rendimentos dos Treasuries se acalmavam.
Às 15h26, o dólar à vista BRBY caía 1,97%, a 5,5430 reais, depois de recuar 2,26%, a 5,5265 reais.
Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento DOLc1 cedia 2,30%, a 5,5475 reais, após marcar 5,5320 reais, menor patamar desde 26 de fevereiro.
A Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira o texto principal da PEC Emergencial em segundo turno e deve seguir a tarde e noite dedicada à análise de pelo menos dez emendas a serem votadas separadamente.
No Twitter, o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), disse ser importante a conclusão da votação para a Casa avançar em outros assuntos e citou as reformas administrativa e tributária. "A expectativa é que o relatório da reforma tributária seja apresentado já na próxima semana", disse Lira.
O progresso na agenda fiscal do governo ameniza temores sobre a sustentabilidade da dívida pública, ajudando a reduzir o prêmio de risco embutido nos ativos brasileiros. O dólar chegou perto de 5,90 reais nesta semana, segundo analistas, em boa parte por preocupações de desidratação adicional da PEC Emergencial, o que reduziria sua potência fiscal.
O mercado de câmbio também repercutia nesta quinta a fraqueza do dólar no exterior, onde a moeda norte-americana =USD caía a mínimas em uma semana em meio a um amplo apetite por risco, que beneficiava Wall Street. O humor era favorecido pela estabilização nos rendimentos dos Treasuries, cuja recente escalada chacoalhou por receios de retirada antecipada de apoio monetário por bancos centrais.
Investidores debatiam ainda a estratégia de intervenção do Banco Central no câmbio. O BC fez mais um leilão de até 1 bilhão de dólares em contratos de swap cambial nesta manhã, depois de na véspera realizar operações nos mercados futuro e à vista mesmo com o dólar em baixa. (Por José de Castro)