LISBOA, 17 Mar (Reuters) - O presidente da Federal Reserve (Fed) de Minneapolis, Neel Kashkari, único dissidente na decisão do banco central norte-americano nesta semana de aumentar taxas, disse nesta sexta-feira que a economia dos Estados Unidos ainda está abaixo da meta de emprego e inflação.
Mesmo após dados sustentarem o aperto monetário, Kashkari disse num comunicado que a Fed deveria esperar para subir taxas de juro até que o banco central publique um plano detalhado de como e quando vai reduzir o seu balanço patrimonial de 4,5 milhões de milhões de dólares.
"O anúncio do nosso plano sobre o balanço poderia desencadear condições monetárias um pouco mais apertadas", disse Kashkari, o que seria equivalente a uma subida dos juros de dimensão desconhecida.
"Depois de ser publicado e a resposta do mercado ser compreendida, podemos voltar a usar os juros como a nossa principal ferramenta de política monetária, com a normalização do balanço em curso como pano de fundo".
A abordagem de Kashkari parece diferir bastante da adoptada pela 'chair' da Fed, Janet Yellen, e pela maioria dos outros membros.
A Fed montou o seu portfólio durante anos de compras de 'bonds' num esforço para estimular as contratações e os investimentos quando as taxas de juro já eram muito baixas.
Ele disse que o sistema ainda está a trabalhar para manter os custos de empréstimos de longo prazo mais baixos do que seriam.
Kashkari adiantou no comunicado que, como a inflação ainda está abaixo da meta do Fed de 2 por cento e o mercado de trabalho ainda mostra sinais de ociosidade, os níveis anteriores de juros da Fed é apropriado. (Por Ann Saphir; Traduzido para português por Sérgio Gonçalves; Editado em português por Daniel Alvarenga)