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Portugal coloca mínimo previsto 750 ME Bonds 7 e 20 anos, taxas sobem

Publicado 14.09.2016, 10:43
Portugal coloca mínimo previsto 750 ME Bonds 7 e 20 anos, taxas sobem
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LISBOA, 14 Set (Reuters) - Portugal colocou 750 milhões de euros (ME), o montante mínimo indicativo, de Obrigações do Tesouro (OT) a 20 e sete anos, com as taxas a subirem com a alta dos juros soberanos europeus e quando Portugal está a preparar um exigente Orçamento de Estado para 2017.

O IGCP-Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública colocou uns tímidos 250 ME de OT a 20 anos e 500 ME a sete anos. O montante indicativo era entre 750 e 1.000 ME.

A taxa de colocação das OT a 20 anos situou-se em 4,04 pct, contra 4,08 pct a que os bonds com maturidade em 2037 PT20YT=RR estão a negociar em secundário, mas acima dos 3,234 pct da última colocação destes a 14 de Outubro de 2015.

O IGCP colocou a emissão a sete anos à taxa de 'allotment' de 2,817 pct, que compara com 2,355 pct do úlitmo leilão de bonds a seis anos realizado a 13 de Julho.

Na colocação do 'bond' com maturidade em 2037, a oferta superou 2,63 vezes a procura, quando em Outubro de 2015 o rácio 'bid-to-cover' se fixou em 1,85 vezes.

Quanto à emissão de dívida a sete anos, o 'bid-to-cover' situou-se em 1,68 vezes contra 1,46 vezes.

Esta manhã, os juros soberanos europeus estão a subir depois da membro do 'board' do Banco Central Europeu (BCE), Sabine Lautenschlaeger, ter dito que o banco central deveria adiar novas medidas de flexibilização monetária. que tem reiterado que cumprirá o objectivo de cortar o défice para 2,5 pct do PIB imposto por Bruxelas para 2016, está a preparar o Orçamento de Estado (OE) para 2017, que é visto por agências de 'rating' e por analistas como muito exigente.

O Governo quer continuar a trajectória de consolidação orçamental em 2017, mas os analistas realçam que a manutenção da política de aumento de rendimento das famílias é cada vez mais complicada, sobretudo num contexto em que o crescimento económico é anémico.

Portugal está numa posição de financiamento confortável e o risco de poder haver um segundo resgate financeiro é baixo, disse ontem a agência de 'rating' Moody's, que vê o país a cortar o défice público para abaixo dos 3 pct do PIB em 2016.

Numa nota, a Moody's realçou que espera que o Orçamento para 2017 seja aprovado com o apoio do Bloco de Esquerda (BE) e do Partido Comunista Português (PCP) dado que estes "têm poucos incentivos em forçar eleições antecipadas".

Lembrou que, em Junho último, Portugal tinha uma "grande 'almofada' de liquidez de cerca de 12.000 milhões de euros (ME) ou 6,5 pct do PIB face ao seu target de fim do ano de 6.400 ME e à amortização de 4.200 ME de um Bond em Outubro.

"De acordo com o seu plano de financiamento, o Governo visa emitir mais 4.400 ME antes do final do ano", disse.

Recordou que "o Banco Central Europeu (BCE) comprou até agora em torno de 1.100 ME de bonds portugueses, como parte do seu programa de Quantitative Easing (QE)".

(Por Sérgio Gonçalves; Editado por Daniel Alvarenga)

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