LISBOA, 24 Ago (Reuters) - O Montepio MPIO.LS agravou o prejuízo para 67,6 milhões de euros (ME) no primeiro semestre de 2016, face às perdas de 29 ME há um ano atrás, com fortes custos de reestruturação e contirbuições para os fundos de resolução europeu e nacional, anunciou o banco.
Adiantou que a margem financeira teve um aumento homólogo de 1 pct para 127,3 ME, "para a qual contribuiu a aplicação de uma rigorosa política de repricing e a redução da dívida emitida ao ser substituída por fontes de financiamento menos onerosas".
Afirmou que "estes sinais positivos foram confirmados no segundo trimestre do ano, onde a margem financeira atingiu 66,7 ME, o que representa uma subida de 9,9 pct face ao trimestre anterior".
Mas, explicou que o resultado líquido foi penalizado pelos impactos específicos dos custos de racionalização no montante de 32 ME, pelas contribuições para o Fundo Único de Resolução e para o Fundo de Resolução Nacional, que totalizaram 26,4 ME, e desvalorização de investimentos financeiros de 52,2 ME.
"Estes impactos específicos de 90,1 ME, após o efeito fiscal, explicam o resultado líquido de -67,6 ME (prejuízo)", afirmou.
"Excluindo os impactos específicos e o respetivo efeito fiscal, o resultado líquido do primeiro semestre de 2016 seria de 22,5 ME", sublinhou o Montepio.
CAPITAL MAIS FORTE
Adiantou que se verificou um reforço dos rácios de capital, com o rácio 'common equity' TIER 1 (CET11) a subir 145 pontos base (pb), face a 31 de Dezembro de 2015, para 10,3 pct e o rácio de Capital Total a aumentar 120 pb para 10,9 pct.
O Capital - Capital Institucional acrescido de Fundo de Participação - da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) totalizou, no final do primeiro semestre de 2016, 2.170 ME, o qual incorpora o aumento do capital institucional de 270 ME, realizado pelo Montepio Geral-Associação Mutualista, em Março.
"O reforço dos rácios de capital reflete o efeito combinado de incremento dos fundos próprios de 8,2 pct e a redução dos ativos ponderados pelo risco, os quais desceram 505 ME ou 3,6 pct desde o final de 2015", destacou.
Adiantou que os depósitos de clientes tiveram uma queda homóloga de 3,7 pct para 12.689 ME, mas "um crescimento de 1,9 pct no segundo trimestre, passando a representar 59,3 pct do total das fontes de financiamento".
"Confirmou-se a consolidação da base de depósitos de clientes particulares, com o segmento empresarial e de institucionais a registar um crescimento significativo de 8,5 pct face ao trimestre anterior", afirmou o Montepio.
O crédito bruto a clientes totalizou 15.599 ME, descendo 4,7 pct face ao período homólogo e 2,2 pct contra Dezembro de 2015, refletindo o desempenho da atividade doméstica (-4,3 pct, em termos homólogos) com uma "exigente política de gestão do risco na concessão de crédito e de repricing ajustado ao risco".
As entradas de créditos em incumprimento tiveram uma diminuição homóloga de 29,1 pct, "em linha com a redução de 10,4 pct do número de contratos".
As dotações para imparidades de crédito decresceram 38,4 pct face ao período homólogo, com o custo do risco de crédito a reduzir-se para 1,2 pct, face a 1,8 pct no primeiro semestre de 2015.
O rácio LCR-Liquidity Coverage Ratio) subiu de 111,4 pct, no final de 2015, para 113,5 pct, face ao requisito mínimo em vigor de 70 pct.
"Destaca-se ainda a manutenção do equilíbrio do balanço comercial com o rácio de transformação, considerando o crédito e os recursos de clientes de Balanço, a fixar-se em 99,9 pct, versus 97,7 pct em 31 de Dezembro de 2015".
As unidades de participação do Montepio fecharam a subir 0,21 pct para 0,475 euros.
(Por Sérgio Gonçalves)