Investing.com - Afastado o cenário de crise política e o fantasma de um segundo resgate financeiro, o mercado accionista português regressa aos ganhos, com os investidores a manifestarem agrado com a decisão do Presidente da República.
Depois de falharem as negociações entre PSD, PS e CDS em nome de um "compromisso de salvação nacional", Cavaco Silva anunciou que não vai convocar eleições antecipadas porque acredita que a manuntenção do atual Governo de maioria parlamentar é a "melhor solução" para o país. No entanto, o chefe de Estado nada disse sobre a remodelação governamental anunciada pelo primeiro-ministro e que prevê que Paulo Portas ascenda a vice-primeiro-ministro.
Esta manhã, o principal índice da bolsa portuguesa abriu a subir 0,68% para os 5.561,97 pontos. Instantes depois, o PSI 20 ganhava 0,72%, com 16 cotadas em alta e quatro em baixa.
O setor da banca, mais exposto ao risco da República, era o que mais puxava pela praça lisboeta, com destaque para o Banif, com uma valorização de 10,42% para os 0,053 euros. O banco anunciou hoje que o número de ações solicitadas no âmbito do aumento de capital de 100 milhões de anos foi superior às disponibilizadas.
Os títulos do BCP e do BPI também estavam em forte alta com ganhos de 4,44% e 3,85% para os 0,094 euros e 0,945 euros respetivamente. No caso do BES, registavam-se ganhos de 3,23% para os 0,64 euros.
Ainda a puxar pelo mercado accionista nacional estavam a Sonae Indústria, com ganhos de 3,34% para os 0,495 euros por ação, e no setor das telecomunicações a Zon multimédia com uma subida de 2,79% para os 4,132 euros.
As ações da Portugal Telecom apreciavam 1,85% para os 2,805 euros e os títulos da Mota-Engil ganhavam 2,82% para os cotar nos 2,735 euros.
A impedir maiores ganhos estava a Jerónimo Martins, com uma queda de 1,1% para os 15,71 euros por ação, a par dos títulos da Cofina e da EDP Renováveis, que recuavam 0,69% e 0,44% para os 0,43 euros e 2,489 euros respetivamente.
A beneficiar com o discurso do Presidente da República, os juros da dívida soberana de Portugal continuavam hoje a descer em todos os prazos em relação a sexta-feira e aos máximos de 12 de julho.
No velho continente, as praças europeias de referência contrariam o otimismo de Lisboa, com o índice Eurostoxx 50 a cair 0,02% para os 2.715,65 pontos. As praças de referência continuam a assimilar resultados empresariais e a tentar perceber a duração dos estímulos monetários que estão em marcha.
O CAC francês cedia 0,09% e do DAX alemão 0,03%. O FTSE londrino recuava 0,17%. O IBEX madrileno e o MIB italiano subiam 0,09% e 0,33% respetivamente.