ROMA, 6 Dez (Reuters) - A Itália pode ter eleições já em Fevereiro, disse um ministro do gabinete do primeiro-ministro demissionário nesta terça-feira, após uma conversa com Matteo Renzi.
Os comentários favorecem o apoio crescente a uma votação rápida como única forma de evitar um limbo político duradouro em Itália após a rejeição às reformas constitucionais de Renzi no referendo de Domingo.
Renzi anunciou que irá renunciar após a dura derrota, mas o presidente italiano, Sergio Mattarella, pediu que ele permaneça até o parlamento aprovar o Orçamento de 2017, o que deve acontecer ainda nesta semana. Depois, disse Mattarella, ele pode apresentar sua demissão.
Antes do referendo, a maioria dos comentadores e os mercados financeiros supunham que, mesmo que Renzi perdesse e renunciasse, haveria um governo temporário, mesmo sem ter sido eleito, para resguardar Itália até o final do mandato parlamentar, em 2018.
Mas um coro de comentários de líderes partidários leva a crer que o consenso por uma votação já na primavera local pode estar a ganhar corpo.
"Prevejo que haverá a vontade de ir às eleições em Fevereiro", disse nesta terça-feira o ministro do Interior, Angelino Alfano, líder de um partido pequeno de centro-direita que é parte crucial da coligação de Governo de Renzi, ao jornal Corriere della Sera.
É significativo que Alfano tenha dito que fez a previsão depois de debater o assunto com o premeiro-ministro. Renzi ainda é o líder do centro-esquerdista Partido Democrático (PD), que tem o maior número de parlamentares, daí que é improvável que qualquer novo Governo possa ser formado sem seu endosso.
A cúpula do PD vai reunir-se na quarta-feira para discutir o fracasso no referendo. Depois disso as intenções de Renzi, e a disponibilidade do partido para continuar a apoiá-lo, podem ficar mais claras.
Os dois maiores partidos da oposição, o anti-establishment Movimento 5-Estrelas e a Liga Norte, de direita, estão a fazer muita pressão para eleições.
(Por Gavin Jones; Traduzido por Patrícia Vicente Rua; Editado em português por Sérgio Gonçalves)