LISBOA, 29 Set (Reuters) - O ritmo de abertura de contas no recém-criado BancoCTT está a exceder as expectativas, disse o CEO dos CTT CTT.LS Francisco Lacerda, frisando que vê sinais de atracção dos portugueses pelo novo banco postal, que vai começar a vender crédito à habitação no final de 2016 ou início de 2017.
O BancoCTT, cujo 'breakeven' é estimado para o terceiro ano de operação, apresentou um prejuízo de 9,5 milhões de euros (ME) no primeiro semestre de 2016, terminando o mês de Junho com 56 ME captados em depósitos e 20.200 contas abertas.
"A abertura de contas está a exceder o nosso plano. A atracção que os portugueses têm tido pelo Banco CTT é muito positiva", disse Francisco Lacerda, num debate promovido pela Associação para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC).
"O crescimento do crédito ao consumo nessa parceria com a Cetelem vai ser uma realidade já nos números até ao fim do ano. Lançaremos o crédito à habitação no fim deste ano, princípio do próximo", acrescentou.
Esta semana as acções dos CTT caíram para mínimos de quase três anos, com os analistas a culparem o desafiante contexto do recém-criado banco postal, como um elemento que está a retirar o foco dos negócios 'core' de correio tradicional e expresso, ameaçados por crescentes pressões competitivas. do alargamento dos produtos que fazemos na área de produtos financeiros há um par de anos, fizemos um acordo com a Cetelem para distribuir produtos de crédito ao consumo e cartões de crédito e crédito pessoal", disse Francisco Lacerda.
"Não é uma coisa nova, o que é novo é que estamos a dar mais algum impulso agora e esse impulso decorre de termos já 100 lojas CTT a funcionarem como agências bancárias e muito em breve teremos outras 100 como está no plano. Nós temos uma força de vendas hoje mais virada para temas bancários".
O CEO dos CTT reiterou a política de dividendos.
"A política de dividendos dos CTT está fixada. Não há nenhuma intenção de a mudar, não é um assunto que esteja em cima da mesa", afirmou Francisco Lacerda.
No início de 2015, os CTT puseram fim à política de distribuir pelos accionistas pelo menos 90 pct de 'payout' do resultado líquido, para um modelo de dividendo com "crescimento estável". (Por Daniel Alvarenga; Editado por Sérgio Gonçalves)