Por Brian Love
PARIS, 7 Mar (Reuters) - Amigos e detratores de François Fillon procuraram superar as diferenças e colocar a campanha presidencial do candidato conservador francês de volta aos trilhos nesta terça-feira, depois de decidir continuar a seu lado apesar de um escândalo financeiro.
Um membro da equipa de Fillon anunciou o início das conversas de reconciliação com membros descontentes do partido UDI, de centro, que na semana passada avisou que iria retirar o seu apoio a Fillon e ao seu partido, Republicano.
Outros integrantes de sua equipa de campanha foram à rádio para pedir unidade, dizendo que a vitória ainda é possível.
"A página virou", disse Bruno Retailleau, coordenador da campanha de Fillon, à Radio Classique.
Fillon, que chegou a ser favorito, caiu para a terceira posição nas pesquisas de opinião devido à investigação das alegações de que pagou centenas de milhares de euros de fundos públicos à sua esposa, Penelope, por um trabalho de assistente parlamentar que ela pouco desempenhou. Ele negou qualquer irregularidade.
O ex-primeiro-ministro agora enfrenta a perspectiva de ser eliminado na primeira volta a 23 de abril, deixando o independente, de centro, Emmanuel Macron e a candidata de extrema-direita Marine Le Pen na disputa para a segunda volta duas semanas mais tarde.
Os investidores vêm mostrando inquietação com a possibilidade de uma vitória de Le Pen, que quer tirar a França da zona do euro.
Reportagens disseram que o punhado de correligionários de peso que cerraram fileiras em defesa de Fillon na segunda-feira obtiveram a promessa de que ele irá refrear a sua estratégia ultraconservadora e acomodar centristas trabalhando mais de perto com um membro mais moderado, o ex-ministro da Finança François Baroin.
Legalmente o partido Republicano não pode impedir Fillon de concorrer, apesar do dano que a sua campanha sofreu com o escândalo, que levou alguns assessores de primeiro nível a renunciarem.
Na segunda-feira, o tribunal constitucional da França comunicou que, uma vez que um candidato tenha cumprido as exigências necessários, só ele ou ela tem o poder de anular a candidatura.
Uma nova sondagem da empresa Opinionway divulgada nesta terça-feira indicou que Le Pen deve vencer a primeira volta com 26 por cento dos votos, seguida por Macron com 25 por cento e Fillon com 20 por cento --mas também que Macron deve derrotá-la por uma margem de 60 a 40 na segunda volta, ou Fillon por 58 a 42 se conseguir passar à frente do candidato de centro.
(Traduzido para português por Sérgio Gonçalves; Editado em português por Patrícia Vicente Rua)