LISBOA, 1 Fev (Reuters) - O índice português PSI20 .PSI20 caiu 0,16 pct, castigado pelo tombo de 3 pct dos CTT e as descidas das energéticas, em contraciclo com uma Europa animada por resultados empresariais positivos e dados macro robustos, com os investidores de olhos postos no final da reunião do Fed, segundo traders.
* As acções dos CTT CTT.LS afundaram 2,99 pct para 5 euros, após ter fixado um mínimo histórico nos 4,936 euros. Os títulos do operador postal estão sob pressão desde o 'profit warning' de sexta-feira passada. A EDP (SA:ENBR3) EDP.LS caiu 0,67 pct, a EDP Renováveis EDPR.LS perdeu 0,24 pct, a REN RENE.LS desceu 0,12 pct e a Galp Energia GALP.LS recuou 0,88 pct, em linha com o comportamento da maioria das pares europeias.
* Pela positiva, destaque para as acções do Millennium bcp BCP.LS que dispararam 4,54 pct para 0,1635 euros, apenas suplantado pela valorização de 8,98 pct da Pharol (LS:PHRA).
* A Jerónimo Martins JMT.LS subiu 0,22 pct. A Navigator NVGR.LS somou 1,84 pct e a Altri ALSS.LS ganhou 0,99 pct, beneficiando da recuperação do dólar que teve o pior Janeiro em mais de três décadas.
* O euro EUR= deprecia-se 0,4 pct para 1,0755 dólares. A moeda norte-americana está a ser apoiada por dados macro-económicos positivos, nomeadamente o crescimento do emprego no sector privado e do índice ISM. O dólar caiu 2,6 pct face a um cabaz dos principais pares .DXY em Janeiro, a pior performance desde 1987, depreciando primeiro devido a preocupações em torno do proteccionismo e, em seguida, devido aos receios crescentes de que a nova Administração quer desvalorizar a moeda.
* As bolsas europeias fecharam em alta e o índice europeu STOXX 600 .STOXX ganhou 0,86 pct, impulsionados pelos fortes resultados da Apple, da Volvo ou da Siemens.
* A Apple bateu as estimativas dos analistas com vendas maior que o esperado de 78,3 milhões de iPhones no trimestre terminado em Dezembro, contra 74,8 milhões há um ano atrás.
* A Reserva Federal termina hoje a reunião de dois dias e é esperado que as taxas se mantenham nos actuais 0,5-0,75 pct até ao segundo trimestre.
* No mês passado, o banco central dos EUA adicionou 25 pontos base (pb) aos custos de financiamento, apenas a segunda subida desde a Grande Recessão e um ano após a primeira subida. Nessa anterior reunião a Fed sinalizou que poderá avançar com três subidas em 2017.
* No mercado secundário de dívida, a 'yield' das Obrigações do Tesouro portuguesas a 10 anos desce 1 pb para 4,21 pct, em claro contraste com o disparo de 6 pb da congénere espanhola, que prevê colocar amanhã entre 3.000 e 4.000 milhões de euros (ME) em 'bonds' a 2, 13 e 20 anos.
* Os juros soberanos portugueses subiram 45 pontos em Janeiro, para máximos desde meados de 2015, reflectindo o crescente mal-estar dos investidores em relação aos riscos políticos, à inflação crescente e a um crescimento mais forte na zona euro. A percentagem de dívida soberana da zona do euro com 'yields' negativas caiu para cerca de 40 pct em Janeiro, dos 46 pct em Dezembro, já que o ritmo do 'sell-off' nos mercados de títulos acelerou com os sinais de crescimento económico mais forte e de aumento da inflação, segundo dados da Tradeweb Patrícia Vicente Rua; Editado por Sérgio Gonçalves)