LISBOA, 29 Set (Reuters) - A Bolsa de Lisboa .PSI20 sobe 0,8 pct, suportada pela Galp GALP.LS e em linha com uma Europa animada pelo acordo para um corte na produção de crude do cartel OPEP, mas a cotação desta matéria-prima recua com dúvidas sobre a eficácia da medida em estabilizar o mercado, segundo traders.
** Ontem, em Argel, os membros da OPEP acordaram, pela primeira vez desde 2008, cortar a sua produção, para entre 32,5 e 33 milhões de barris por dia (bpd) contra os estimados 33,24 bpd actuais.
No entanto, quanto cada país irá produzir deverá ser decidido apenas em Novembro, numa próxima reunião informal da OPEP, que poderá incluir um convite a países que não integram este cartel, como a Rússia, para se juntarem aos cortes.
** O acordo, que resultou do suavizar da posição da Arábia Saudita face ao Irão, está a impulsionar os títulos das petrolíferas, com o índice sectorial europeu .SXEP a disparar 4,10 pct.
** Em Lisboa, a Galp sobe 3,34 pct para 12,06 euros.
** A construtora Mota-Engil MOTA.LS dispara 5 pct, enquanto a EDP (SA:ENBR3) EDP.LS ganha 1 pct e o Millennium bcp BCP.LS avança 1,32 pct.
** Ontem, o Ministério das Finanças anunciou que o Governo de Portugal anunciou que estendeu a maturidade dos empréstimos ao Fundo de Resolução da banca, revendo as condições para evitar que os bancos tenham de fazer contribuições extraordinárias, e garantindo a estabilidade e a capitalização do sector.
Em meados de 2014, no âmbito da resolução do Banco Espírito Santo, o Tesouro, usando a linha pública prevista no resgate do país, concedeu um empréstimo de 3.900 ME ao Fundo de Resolução, que é detido pelos bancos do sistema português.
"Desta forma, não será necessário o recurso a contribuições extraordinárias para o financiamento do Fundo de Resolução", disse o Governo, em comunicado.
** A NOS NOS.LS sobe 0,29 pct. A telecom, juntamente com a rival Vodafone, quer que o regulador ANACOM intervenha no mercado empresarial para garantir a concorrência e fixe preços grossistas do acesso à rede em todo o país, pois o incumbente PT/Altice ATCA.AS tem uma vantagem injusta, segundo as Directoras Jurídicas da Vodafone e NOS. L8N1C52H3
** Pela negativa, a Navigator NVGR.LS cai 0,53 pct e os títulos dos CTT CTT.LS descem 0,07 pct.
** Na Europa, os índices pan-europeus FTSEurofirst300 .FTEU3 , que agrega as 300 maiores cotadas do continente, e o STOXX 600 .STOXX , que agrupa as 600 maiores capitalizações bolsistas, estão a subir 0,6 pct e 0,5 pct, respectivamente.
** A Goldman Sachs estima que a redução de produção poderá fazer os preços do petróleo subir entre 7 dólares e 10 dólares no primeiro semestre de 2017.
** No entanto, e após do disparo de ontem à tarde, a cotação do Brent LCOc1 cai 0,6 pct para 48,4 dólares e a do Crude CLc1 perde 0,17 pct para 47 dólares, com os investidores a questionarem se o acordo será suficiente para reequilibrar o excesso de oferta no mercado mundial. L8N1C52MB
** No mercado de dívida, a 'yield' das Obrigações do Tesouro portuguesas a 10 anos cai dois pontos base (pb), com os investidores a demonstrarem apetite pelo risco, mas não é suficiente para evitar um agravamento das taxas espanholas após Partido Socialista ter entrado em conflito interno.
A taxa dessa dívida 'benchmark' portugesa cai para 3,32 pct, a equivalente grega cai 1 pb para 8,49 pct, mas a espanhola sobe 3 pb para 0,93 pct.
"A (dívida de) Espanha está a ser a mais fraca no mercado da periferia (da zona euro) hoje, com o aumento da incerteza política a pesar", disse Christian Lenk, estrategista no DZ Bank.
Dezassete membros sénior do Partido Socialista demitiram-se hoje, numa tentativa de forçar a saída do lider Pedro Sanchez e resolver um impasse político que dura desde as eleições de Dezembro de 2015.
** A taxa de desemprego em Portugal teve uma ténue subida para 11 pct em Agosto de 2016, face a 10,9 pct no mês anterior, anunciou o Instituto Nacional de Estatística (INE), que reviu em baixa a estimativa provisória de Julho em duas décimas. P4N19T04D
** O INE também informou que o clima económico em Portugal estabilizou em Setembro de 2016 no máximo de um ano, enquanto a confiança dos consumidores melhorou, revertendo a retracção dos três meses anteriores dadas as melhores perspectivas da situação económica do país e das famílias. (Por Shrikesh Laxmidas, editado por Sérgio Gonçalves)