LISBOA, 12 Jan (Reuters) - A Bolsa de Lisboa quebrou uma série de cinco sessões consecutivas de queda e encerrou na linha de água, com as descidas do BCP e CTT a serem contrabalançadas pelos ganhos das energéticas e Jerónimo Martins, enquanto os juros soberanos aliviam, disseram dealers.
* O índice accionista português PSI20 .PSI20 subiu 0,05 pct, com a Jerónimo Martins JMT.LS a valorizar 0,85 pct. A número dois do retalho nacional anunciou que as vendas preliminares de 2016 tiveram uma subida homóloga, superior ao previsto, de 6,5 pct em 2016, apoiadas no robusto crescimento da polaca Biedronka. A EDP (SA:ENBR3) EDP.LS somou 0,51 pct, a EDP Renováveis EDPR.LS subiu 0,52 pct e a Galp Energia GALP.LS ganhou 0,64 pct, numa sessão em que o preço do barril de Brent avança 1,83 pct para 56,11 dólares.
A sustentar o preço da matéria-prima está o corte da produção por parte dos membros da OPEP, principalmente da Arábia Saudita, aliado às expectativas de um forte crescimento da procura na China. Do lado das quedas, os CTT CTT.LS recuaram 2,81 pct e o Millennium bcp BCP.LS tombou 2,77 pct. Os títulos continuam a ajustar ao desconto do aumento de capital de 1.332 milhões de euros (ME), mas atenuaram a queda após a agência de notação DBRS ter dito que prevê um regresso do banco aos lucros em 2017.
Estima ainda que a devolução dos fundos estatais 'contingent convertible bonds' (Coco's) ajude a margem financeira, mas alerta que a qualidade dos activos do banco continua abaixo dos pares europeus.
* Na Europa, o índice Stoxx 600 .STOXX fechou a cair 0,65 pct, com destaque para as quedas de 2,8 pct das fabricantes automóveis .SXAP e de 1,9 pct das farmaceuticas .SXDP .
Estas últimas ainda sofrem com as palavras de Donald Trump, após o presidente eleito dos EUA ter dito que quer preços de medicamentos mais competitivos.
* No mercado de dívida, a yield dos 'bonds' portugueses a 10 anos alivia 9 pontos base para 3,907 pct, beneficiando da emissão sindicada de ontem, mas sobretudo de uma reavaliação dos investidores quanto ao regresso da inflação global, após Donald Trump, não ter adiantado pormenores sobre o seu ansiado plano de estímulos económicos.
Desde a eleição de Trump a 8 de Novembro, as acções têm disparado e as obrigações têm sofrido, com a expectativa que as futuras políticas expansionistas da nova administração fomentem o crescimento e a inflação.
Mas na sua primeira conferência de imprensa desde a eleição, Trump não deu detalhes sobre os cortes de impostos e investimentos em infraestrutura que prometeu durante a campanha, pondo termo à subida global dos 'yields' soberanos.
* Ontem, Os gestores de fundos compraram 50,2 pct da emissão sindicada de 3.000 milhões de euros de Obrigações do Tesouro de Portugal a 10 anos colocada ontem, tendo os bancos ficado com outros 24,6 pct. (Por Patrícia Vicente Rua; Editado por Daniel Alvarenga)