LONDRES, Feb 3 (Reuters) - Os investidores estão a colocar pressão vendedora nos títulos soberanos da zona do euro, após uma sondagem ter mostrado que a disputa eleitoral na Alemanha está a apertar, o que aumenta a probabilidade de estímulos fiscais na maior economia do bloco e menos apoio aos populistas de direita.
A sondagem divulgada na quinta-feira mostrou que o apoio ao Partido Social Democrata (SPD) alemão de centro-esquerda subiu para o nível mais alto desde a última eleição federal de 2013, a diminuir a diferença face ao bloco conservador CDU/CSU da Chanceler Angela Merkel.
Entretanto, o apoio ao partido de direita Alternativa para a Alemanha (AfD) caiu. analistas referem que a pressão da esquerda tornou mais provável que os políticos na Alemanha, um dos principais defensores da austeridade que alguns afirmam ter retardado a recuperação do bloco, possam fomentar uma preferência por estímulos fiscais que impulsionariam o crescimento e a inflação.
Uma inflação mais alta corrói o valor das obrigações, enquanto as melhores perspectivas de crescimento incentivam os investidores a mudarem para activos mais arriscados, como acções.
"Se acreditamos que há uma disputa a sério, então o único resultado será uma política fiscal mais relaxada na Alemanha, já que ou um novo governo de esquerda vai gastar dinheiro ou Merkel vai ter que prometer muitos incentivos aos eleitores para permanecer no poder", disse o estrategista macro global da RBC, Peter Schaffrik.
Os 'yields' de títulos alemães a 10 anos DE10YT=TWEB subiram 2 pontos-base para 0,45 pct, a recuperar dos mínimos de uma semana na quinta-feira, apos a Reserva Federal e o Banco da Inglaterra terem sinalizado que não teriam pressa em apertar a política monetária.
A maioria dos outros 'yields' da zona do euro - que se movem em sentido inverso ao dos preços - subiram cerca de 2-3 pontos base. O principal índice de acções da Alemanha .GDAXI sobe ligeiramente esta sexta-feira, em sintonia com as outras bolsas.
Texto integral em inglês: (Reportagem por John Geddie; traduzido por Nadiia Karpina, Gdynia Newsroom;Editado em português por Daniel Alvarenga em Lisboa)