LISBOA, 27 Set (Reuters) - O índice de referência nacional .PSI20 cai 0,8 pct, pressionado pelas quedas das energéticas, da NOS NOS.LS e dos CTT CTT.LS , em sintonia com as praças europeias após o Deutsche Bank DBKGn.DE ter invertido para terreno negativo e arrastado o sector financeiro, segundo traders.
** As principais praças europeias reverteram os ganhos iniciais e seguem com descidas de até 1 pct em Milão e Frankfurt, com o Deutsche Bank a recuar 2,5 pct para um novo mínimo histórico, após ter aberto a subir 1,5 pct.
Este banco alemão encerrou ontem com um tombo superior a 7 pct, após a revista alemã Focus ter dito que Angela Merkel descartou a possibilidade de ajudar a instituição nas conversas com autoridades de justiça norte-americana. O banco referiu que vai resolver os seus problemas sem depender da ajuda de Berlim.
** Do outro lado do Atlântico, as sondagens após o debate entre os dois candidatos à presidencia dos EUA sugerem que Hillary Clinton reforçou suas hipóteses. Clinton acusou o republicano Trump de racismo, sexismo e evasão fiscal enquanto o magnata do mercado imobiliário, fazendo sua primeira corrida para um cargo público, disse que os longos anos de serviço de Clinton representavam uma "má experiência".
** Para os mercados, o claro vencedor foi o peso mexicano MXN=D2 , que apreciou 2,3 pct para máximos, depois das preocupações dos últimos dias de que uma presidência de Trump iria ameaçar exportações do México para os Estados Unidos, o seu único grande mercado.
** Em Lisboa, as quedas de 1,28 pct da Galp GALP.LS de 0,48 pct da EDP.LS , de 1,81 pct dos CTT CTT.LS e de 1,83 pct da telecom NOS NOS.LS pressionam o índice nacional.
** Pressão adicional da Jerónimo Martins JMT.LS a cair 0,13 pct e da EDP (SA:ENBR3) Renováveis EDPR.LS a descer 0,42 pct, indiferente ao novo acordo 'tax equity' para 328 MW nos EUA.
Para o Caixa Banco de Investimento este novo acordo é "positivo" para a EDP Renováveis, que "consegue estabelecer mais uma estrutura de parceria institucional que permite uma utilização eficiente dos benefícios fiscais gerados pelos projetos, contribuindo para o aumento da rentabilidade". Em sentido contrário, o Millennium bcp BCP.LS avança 0,65 pct, embora a aliviar do disparo superior a 5 pct no início da sessão, com os investidores optimistas quanto à entrada da Fosun 0656.HK no capital do maior banco privado português após o CFO, Miguel Bragança, ter dito que as negociações estão a correr bem.
"Penso que essas declarações (do CFO) tenham espoletado esta subida. Está a subir com alguma liquidez. Presumo que pode ir até perto de 0,0170 pct a 0,0175 pct poderá ser uma (resistência)", disse Paulo Rosa, trader da GoBulling, no Porto.
Ontem, o Chief Financial Officer (CFO) do Millennium bcp disse à Reuters que as negociações entre o Millennium bcp BCP.LS e a Fosun para a entrada da empresa chinesa no capital do banco português "estão a correr bem". Também o rival doméstico BPI BBPI.LS segue positivo, a subir 0,09 pct para 1,131 euros, próximo do 1,134 euros oferecidos pelo Caixabank no 'bid' sobre este banco português.
** No mercado petrolífero, a cotação do barril de Brent LCoc1 cai 1,65 pct para 46,57 dólares e a do Crude CLc1 desce 1,5 pct para 45,24 dólares, com o esfriar do optimismo esm torno de um acordo entre os principais produtores mundiais para limitar o 'output'. membros da OPEP e outros exportadores, como a Rússia, reunem-se informalmente, à margem do Forum Internacional de Energia, que decorre entre 26-28 de Setembro na Argélia, para discutir uma forma resolver a questão do excesso de oferta no mercado e que tem levado a descida do preço da matéria-prima.
** A 'yield' nas Obrigações do Tesouro portuguesas a 10 anos segue estável em 3,39 pct, numa sessão em que os juros das pares espanhola e italiana descem ligeiramente.
** O Primeiro-Ministro, António Costa, afirmou ontem que a execução orçamental até Agosto confirma a tranquilidade e confiança do Governo que cortará o défice de 2016 para abaixo dos 2,5 pct acordados com Bruxelas, e a evolução até ao fim do ano ditará se ficará mais próximo desta fasquia ou dos 2,2 pct.
As Finanças anunciaram que Portugal cortou em 2 pct o défice público para 3.990 milhões de euros (ME) nos primeiros oito meses do ano, melhor que o previsto no Orçamento de Estado (OE) para 2016, com a subida das receitas a sobrepor-se ao aumento das despesas. Patrícia Vicente Rua; Editado por Sérgio Gonçalves)