Por Claudia Violante
SÃO PAULO, 24 Mai (Reuters) - O dólar operava em alta nesta quinta-feira e na casa dos 3,65 reais, influenciado pela cena doméstica com a greve dos caminhoneiros prejudicando o abastecimento do país, e com a cena externa voltando a ficar mais tensa.
Às 12:00, o dólar BRBY avançava 0,81 por cento, a 3,6543 reais na venda, depois de recuar 3,06 por cento nas últimas três sessões. Na máxima do pregão, chegou a 3,6561 reais.
O dólar futuro DOLc1 tinha alta de cerca de 0,60 por cento.
"Até que se saiba o impacto da paralisação (dos caminhoneiros) na economia e nas contas públicas, o mercado fica mais cauteloso", afirmou o diretor da mesa de câmbio da corretora Multimoney, Durval Correa.
A paralisação dos caminhoneiros entrou no quarto dia, com bloqueios em estradas de todo país que provocaram desabastecimento de produtos, apesar de a Petrobras PETR4.SA ter anunciado na véspera redução de 10 por cento dos preços do diesel nas refinarias por 15 dias.
A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), no entanto, afirmou nesta manhã que os protestos contra a alta do diesel e a carga tributária no combustível continuarão até que a isenção da alíquota PIS/Cofins sobre o produto, aprovada na véspera pela Câmara dos Deputados, seja publicada no Diário Oficial da União. preocupação sobre mudança de rumo da Petrobras, se houve interferência do governo. O mercado não gosta dessa ingerência", comentou Correa.
A ação mais pesada do Banco Central no mercado de câmbio ajudava a conter o movimento de alta do dólar frente ao real. Nesta manhã, o BC já vendeu o volume integral de até 15 mil novos swaps cambiais, equivalentes à venda futura de dólares, totalizando 4,25 bilhões de dólares desde a semana passada, quando vendia por dia até 5 mil contratos. autoridade também vendeu integralmente a oferta de até 4.225 swaps tradicionais para rolagem do vencimento de junho, no total de 5,650 bilhões de dólares. Com isso, já rolou 5,016 bilhões de dólares. Se mantiver e vender esse volume diário até o final do mês, terá rolado integralmente os contratos que vencem no mês que vem. exterior, o dólar caía ante uma cesta de moedas .DXY , voltando a operar abaixo de 94, mas subia ante a maioria das divisas de emergentes, como os pesos chileno CLP= e mexicano MXN= , com maior cautela com o cenário geopolítico após o presidente dos EUA, Donald Trump, ter cancelado encontro com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, marcado para 12 de junho. dólar ainda disparava ante a lira turca, uma vez que o aumento de juros pelo banco central do país, que aliviou a pressão na véspera, tinha sua eficácia sendo colocada em dúvida. Os investidores estavam preocupados se o aumento dos juros a 16,5 por cento foi suficiente para acalmar os ânimos. de Patrícia Duarte)