LISBOA, 20 Fev (Reuters) - O Banco de Portugal (BP) seleccionou o fundo norte-americano Lone Star para uma ronda final de negociações exclusivas visando a venda do Novo Banco, anunciou o BP.
Portugal está numa corrida contra o tempo para vender o 'good bank' que nasceu dos escombros do Banco Espírito Santo (BES), 'resolvido' em 2014, pois Bruxelas fixou Agosto como prazo limite para a venda.
"O Banco de Portugal decidiu selecionar o potencial investidor Lone Star para uma fase definitiva de negociações, em condições de exclusividade, com vista à finalização dos termos em que poderá realizar-se a venda da participação do Fundo de Resolução no Novo Banco", disse o BP, em comunicado.
A 'private equity' Lone Star disse anteriormente que vê "enorme potencial" no Novo Banco e que ia trabalhar "incansavelmente" para selar a compra, estando disposta a injectar o capital necessário para garantir que o 'good bank' continuará um pilar forte do sector. BP tinha dito a 4 de Janeiro que a 'private equity' era a melhor posicionada para vencer a corrida à compra do Novo Banco e que ia entrar em negociações aprofundadas, apesar do processo negocial prosseguir com os outros candidatos que se mostraram disponíveis para melhorar ofertas.
No início de Dezembro, o banco central não identificou os candidatos, mas fontes disseram à Reuters que os três concorrentes que estavam à frente na corrida eram o chinês Minsheng, a Apollo/Centerbridge e a Lone Star.
A 'private equity' Lone Star é um fundo norte-americano que, desde que estabeleceu o primeiro fundo pela mão de John Grayken em 1995, organizou 17 fundos 'private equity' com compromissos agregados de capital superiores a 70.000 milhões de dólares.
O Governo tem frisado o papel central do Novo Banco no sistema bancário português por causa da forte presença no financiamento às pequenas e médias empresas, referindo que futuras decisões têm que ter esta importância em conta.
No âmbito da resolução do BES, o capital do Novo Banco foi injectado com 4.900 milhões de euros (ME), tendo o Tesouro concedido um empréstimo de 3.900 ME ao Fundo de Resolução. (Por Daniel Alvarenga; Editado por Patrícia Vicente Rua)