Investing.com - A bolsa de Lisboa arrancou a prolongar as quedas da véspera, pela terceira jornada consecutiva, em linha com a tendência negativa que domina entre as principais congéneres europeias.
A diminuição do apetite pelo risco persiste entre os investidores, a refletir a pressão do impasse orçamental e sobre o aumento do teto da dívida, que mantém bem viva a possibilidade de incumprimento dos Estados Unidos. Ontem, Wall Street afundou mais de 1%.
Esta quarta-feira promete também ser marcada pela nomeação de Janet Yellen para suceder a Ben Bernanke à frente da Reserva Federal norte-americana. O anúncio deverá ser feito ainda hoje pelo presidente Barack Obama e a confirmar-se fará de Yellen a primeira mulher aos comandos da FED. À cabeça das preocupações, Janet Yellen encontrará o programa de estímulos à economia, o chamado "quantitative easing".
Por cá, o PSI20 cedia 0,08% para 5.954,39 pontos, com nove cotadas em alta, sete em baixa e quatro inalteradas.
O peso pesado Jerónimo Martins destacava-se nos primeiros instantes das negociações, pressionando o mercado nacional com um tombo de 0,54% para 13,925 euros.
A acompanhar a tendência a EDP continuava a castigar o setor energético, recuando 0,24% para 2,516 euros. A elétrica tem vindo a refletir assim o anúncio do Governo, da criação de uma taxa extraordinária com vista a diminuir as rendas pagas aos produtores de energia. A subsidiária EDP Renováveis cedia 0,4% para 3,776 euros, enquanto a petrolífera Galp regredia 0,12% para 12,21 euros.
As ações do BANIF seguiam estáveis nos 0,01 euros e as do ESFG nos 5,22 euros. Inalterados, mas nos 0,097 euros, estavam também os papéis do BCP. Entre as cotadas do setor financeiro só BES e BPI somavam 0,33% e 0,29% para os 0,924 euros e 1,043 euros respetivamente.
No setor das telecomunicações, o sinal "vermelho" também dominava, com as quedas de 0,55% para 4,689 euros da Zon Optimus em destaque, seguidas pelas perdas de 0,09% para 3,395 euros da Portugal Telecom.
Uma tendência explicada em parte pela pressão externa, depois da agência de notação financeira Moody's ter reduzido o "rating" da dívida da Telecom Itália para lixo.
A Sonaecom era a única a avançar, ainda que ligeiramente, 0,09% para 2,188 euros.
A impedir maiores perdas no mercado nacional seguiam a Portucel e a Semapa, com subidas de 0,77% e 0,39% para 2,627 euros e 7,027 euros respetivamente.
Lá fora, o índice Eurostoxx 50, que reúne as principais empresas da zona euro, mantinha a tónica negativa, com uma desvalorização de 0,13% para 2.899,67 pontos.
O FTSE londrino destacava-se, ao escorregar 0,40%, no dia em que se conhecem números sobre a produção industrial e a balança comercial no Reino Unido.
O CAC francês recuava 0,22% e o DAX alemão 0,14%. Na zona euro, a Alemanha apresenta também hoje dados relativos à produção industrial, um indicador importante da saúde financeira do país.
A escapar à tendência baixista estavam apenas o IBEX madrileno, a somar 0,21%, e o MIB italiano, a apreciar 0,10%.