Investing.com - Se tudo apontava para um encerramento em baixa da bolsa de Lisboa na penúltima sessão da semana, as negociações no mercado nacional acabaram por ditar um rumo diferente. O PSI20 esteve em terreno negativo praticamente ao longo de toda a sessão, mas acabou por acompanhar os ganhos das congéneres europeias. Avançou 0,16% para os 5.980,71 pontos, com nove cotadas em alta, oito em baixa e três inalteradas.
Os investidores europeus continuam a digerir, positivamente, a notícia de que a Reserva Federal dos Estados Unidos vai manter o ritmo de compra de ativos nos 85 mil milhões de dólares por mês. Mas por cá, esse facto chegou a ser superado pela situação nacional, depois do alerta da agência de notação financeira Standard & Poor's de que "existe um risco crescente de Portugal não reconquistar um acesso completo aos mercados no início do próximo ano e de o Governo português ter de solicitar um segundo programa oficial de apoio.” A ameaça de um corte de “rating” chegou numa altura em que decorrem novas avaliações da “troika” e de onde poderá sair uma nova flexibilização do défice português.
A castigar o mercado lisboeta, esta quinta-feira, estiveram as cotadas do setor energético com a subsidiária EDP Renováveis a regredir 2,77% para 3,828 euros. A casa mãe também fechou em queda, a ceder 0,18% para 2,705 euros. Os títulos da petrolífera Galp fecharam inalterados 12,48 euros.
O peso pesado Jerónimo Martins também encerrou a sessão com sinal vermelho, recuando 0,2% para 15,215 euros. A Mota-Engil desvalorizou 0,04% para 2,8 euros.
No setor da banca, em zona mista, foram os papéis do ESFG a exercer pressão, depreciando 0,27% para 5,206 euros. BES e BPI avançaram 1,11% e 0,43% para 0,821 euros e 0,937 euros respetivamente. BCP e Banif mantiveram-se estáveis nos 0,097 e 0,011 euros.
A impedir maiores perdas na praça nacional esteve o setor das telecomunicações, com os ganhos de 4,23% da Sonaecom para os 2,096 euros e de 2,97% para 4,263 euros da Zon Optimus.
Dissipadas as dúvidas sobre uma eventual redução do chamado "quantitative easing" a Europa foi contagiada por uma “maré verde.” A FED justificou a decisão de manter os estímulos com a necessidade de avaliar melhor os sinais de recuperação da economia norte-americana e no velho continente o índice Eurostoxx apreciou 0,94% para 2.936,20 pontos.
Atenas disparou 2,19%, no dia em que se soube que o desemprego na Grécia caiu no segundo trimestre, para 27,1%, levando o Governo a falar em sinais de recuperação. O MIB italiano avançou 1,43% e o FTSE londrino 1,01%.
Madrid avançou iguais 1,01%. O Tesouro Público espanhol colocou hoje 3.079,6 milhões de euros em títulos a três anos e obrigações a 15 anos, acima do objetivo previsto e com juros mais baixos nos dois prazos. O CAC francês apreciou 0,85% e o DAX alemão 0,67%.
Do lado de lá do Atlântico, Wall Street seguia em zona mista depois da abertura em alta em reação à decisão da FED. Ben Bernanke espera mais sinais de recuperação e esta quinta-feira ficou a saber-se que os novos pedidos de subsídio de desemprego subiram menos do que o previsto pelos economistas. Atingiram os 309 mil na semana passada, mais 15 mil do que na semana anterior. Os economistas antecipavam um aumento para 330 mil.
O índice industrial Dow Jones estava a ceder 0,24% e o tecnológico Nasdaq somava 0,1%. O S&P500 regredia 0,13%.