Investing.com - Os dados sobre a produção industrial na Zona Euro hoje divulgados determinaram parte do comportamento misto das praças europeias de referência. Lisboa impôs-se com ganhos de 0,53%. O PSI20 registou aliás um dos melhores desempenhos entre as congéneres, terminando a sessão nos 6.078,12 pontos, com 13 cotadas em alta, seis em baixa e uma inalterada.
O Eurostat anunciou esta quinta-feira que a produção industrial contraiu 1,5% em julho no conjunto dos países da moeda única face ao mês anterior. A queda superou as previsões dos analistas. Na União Europeia registou-se uma queda de 1,0%. Os dados relativos a Portugal mostram que o país registou a terceira maior quebra, -3,2%, na comparação mensal da produção industrial, logo após Irlanda e Malta.
Os rumores de fusões e aquisições no setor das telecomunicações na Europa acabaram, no entanto, por animar o mercado nacional. Só os títulos da Portugal Telecom avançaram 2,72% para cotar nos 3,252 euros. A Sonaecom acompanhou o impulso e os títulos fecharam a valer 1,968 euros, resultado de uma subida de 2,39%. A Zon Optimus foi a exceção regredindo 0,17% para 4,213 euros.
A Jerónimo Martins também puxou pelos ganhos do mercado nacional. As ações da dona dos supermercados Pingo Doce apreciaram 2,18% para 15,72 euros e foram acompanhadas pela valorização de 0,68% para 2,819 euros da Mota-Engil.
O setor da banca fechou em zona mista, com os títulos do BES a avançarem 1,66% para os 0,857 euros e os do BANIF a somarem 10% nos 0,011 euros. BCP e BPI impediram maiores ganhos com quedas de 2,02% e 0,21% para 0,097 euros e 0,935 euros respetivamente. Os papéis do ESFG mantiveram-se inalterados nos 5,24 euros.
A EDP Renováveis foi a única a fechar em terreno positivo no setor energético. A subsidiária avançou 1,51% para 4,03 euros enquanto a casa mãe cedeu 0,075 para 2,713 euros. A petrolífera GALP recuou 1,25% para 13,05 euros por ação.
Lá fora, as praças de Madrid e de Londres contrariaram o panorama europeu. O IBEX terminou com ganhos de 0,55%, enquanto o FTSE se manteve acima da linha de água nos 0,01%. Atenas destacou-se ao avançar 0,82%.
O CAC francês recuou 0,30% e o DAX alemão 0,02%. Isto no dia em que o Instituto alemão de economia mundial IfW previu que a Zona Euro venha a sofrer uma contração de 0,4% este ano e um crescimento 1,1% em 2014, altura em que a taxa de desemprego atingirá os 12,2%.
O MIB italiano depreciou 0,23%. Hoje Itália pagou mais caro para se financiar no mercado primário. Os receios de uma crise política, provocada por uma expulsão de Silvio Berlusconi do Senado, têm castigado a perceção de risco dos investidores sobre a dívida da quarta maior economia da zona euro. Berlusconi poderá retirar o apoio ao frágil Governo de Enrico Letta caso esse cenário venha a concretizar-se.
O índice Eurostoxx 50, que representa as principais empresas da Zona Euro fechou a penúltima sessão da semana nos 2.862,07 pontos a recuar 0,05%.
As notícias sobre o desemprego condicionaram as bolsas dos Estados Unidos. O índice industrial Dow Jones recuava 0,14% e o tecnológico Nasdaq 0,13%. O S&P500 cedia 0,17%.
O Departamento do Trabalho norte-americano anunciou que os pedidos iniciais de subsídio de desemprego diminuíram na semana passada em 31 mil para 292 mil pedidos, o valor mais baixo desde abril de 2006.
A queda inesperada deixa no ar a incerteza em relação à continuidade dos estímulos à economia, podendo a Reserva Federal anunciar o início do fim do programa já a partir da próxima reunião, a 17 e 18 de setembro.