Investing.com - A bolsa de Lisboa inverteu a tendência positiva do início da jornada e fechou a segunda sessão da semana no “vermelho”, a acompanhar o desempenho externo das congéneres europeias.
O dia foi marcado pela publicação do Boletim Económico de outono do Banco de Portugal, que revelou que a economia nacional deve contrair 1,6% este ano. Uma estimativa mais otimista, se comparada com os 1,8% esperados pelo Governo e pela “troika.” Por outro lado, o mesmo boletim divulgado pela instituição liderada por Carlos Costa mostra que o desemprego de longa duração corresponde a 60,3% do desemprego total.
Por cá, o PSI20 cedeu 0,64% para os 5.958,87 pontos, com sete cotadas em alta, dez em baixa e três inalteradas. A Galp Energia foi uma das cotadas que mais contribuiu para as perdas registadas na praça lisboeta. As ações da petrolífera recuaram 1,41% para 12,225 euros. Uma tendência prolongada pela EDP. Os papéis da casa mãe cederam 0,9% para 2,522 euros e os da subsidiária EDP Renováveis 0,24% para 3,791 euros. A elétrica tem vindo a refletir desta forma o anúncio do Governo, da criação de uma taxa extraordinária com vista a diminuir as rendas pagas aos produtores de energia.
Em destaque pela negativa esteve ainda o peso pesado Portugal Telecom, com as ações a terminarem a jornada a negociar nos 3,398 euros, resultado de uma queda de 1,19%. Este foi um caso único no setor das telecomunicações porque a Zon Optimus e a Sonaecom avançaram 0,32% e 1,2% para 4,715 euros e 2,186 euros respetivamente.
Entre as cotadas do setor financeiro, foram as ações do BPI que roubaram o protagonismo, brilhando com uma subida de 4% para 1,04 euros. O BES somou 0,33% para 0,921 euros, mas em contra ciclo os títulos do BCP cederam 3% para 0,097 euros. Banif e ESFG encerraram sem variação nos 0,01 euros e 5,22 euros respetivamente.
A impedir maiores ganhos no mercado nacional estiveram ainda a Jerónimo Martins, a depreciar 0,28% para 14 euros e a Portucel, a regredir 0,84% para 2,607 euros por ação.
Lá fora o índice Eurostoxx 50 iniciou a jornada em terreno negativo e assim se manteve até ao final da sessão. Acabou por regredir 0,67% para 2.903,35 pontos. O “efeito” Estados Unidos continua a pressionar os investidores europeus e a determinar a aversão ao risco, bem como as notícias de abrandamento da atividade do setor terciário, em setembro, na China.
Paralelamente, as previsões do Fundo Monetário Internacional, conhecidas com a divulgação do “World Economic Outlook” esta terça-feira apontam para um crescimento de 2,9% da economia mundial este ano, avançando para 3,6% no ano que vem. Dentro das economias desenvolvidas prevê-se que só a zona euro apresente uma contração em 2013, de 0,4%, esperando-se um crescimento de 2% da economia nipónica e de 1,6% da economia norte-americana. Em 2014, as previsões apontam para um crescimento de 1% na zona euro, de 1,2% no Japão e de 2,6% nos EUA.
Numa Europa dominada pelo sinal “vermelho”, só a praça de Atenas registou uma alta de 1,46%. O FTSE londrino regrediu 1,11% e o CAC francês 0,77%. O IBEX madrileno cedeu 0,67% e o DAX alemão 0,42%. Mais contidas foram as perdas em Itália, onde o MIB recuou 0,29%.
Do lado de lá do Atlântico, os índices norte-americanos continuavam a negociar em baixa, a refletir a pressão exercida pelo impasse orçamental e sobre o aumento do teto da dívida, que mantém bem viva a possibilidade de incumprimento dos Estados Unidos. Isto no dia em que arrancou a época de apresentação de resultados (earnings season). O índice industrial Dow Jones cedia 0,62% e o tecnológico Nasdaq 1,59%. O S&P500 recuava 0,70%.