Investing.com - As notícias vindas do lado de lá do Atlântico parecem ter acalmado os mercados internacionais. As praças europeias encerraram a semana maioritariamente em alta. A bolsa de Lisboa acompanhou a tendência.
Apesar de persistir o impasse nas negociações sobre o aumento do limite do endividamento nos Estados Unidos, com uma consequente paralisação parcial do Governo, as declarações do presidente da Câmara dos Representantes vieram tranquilizar o clima de incerteza que se abateu sobre os mercados. Esta sexta-feira, John Boehner disse aos deputados republicanos que não permitirá que o atual “shutdown”, que somou hoje o quarto dia consecutivo, evolua para uma situação de “default.”
Por cá, o PSI20 encerrou a semana em alta. O principal índice do mercado lisboeta terminou a sessão acima da barreira psicológica dos seis mil pontos, avançando 0,52% para os 6.025,46 pontos, com 11 cotadas em alta, oito em baixa e uma inalterada.
O setor da banca brilhou, numa altura em que parecem diminuir os receios em relação a Portugal, principalmente depois do parecer positivo da “troika” no âmbito da oitava e nona avaliações. Os títulos do BES foram os que mais subiram, 7,59% para 0,907 euros. A tendência altista estendeu-se ao BPI e BCP com ganhos de 4,28% e 4,21% para 1 euro e 0,099 euros respetivamente. Os papéis do ESFG somaram 0,29% para 5,22 euros enquanto os do BANIF se mantiveram inalterados nos 0,011 euros.
No sinal “verde” terminou também a Galp, com uma valorização de 1,26% para 12,43 euros. A elétrica EDP tombou 3,87% para 2,586 euros e a subsidiária EDP Renováveis 0,16% para 3,783 euros. Uma reacção ao anúncio de que o Orçamento do Estado para 2014 vai impor uma nova taxa sobre as rendas dos produtores de energia.
A Portugal Telecom, que se destacou esta semana com a notícia de fusão com a brasileira Oi, regrediu 0,69% para 3,46 euros. Esta sexta-feira, o Citigroup cortou a recomendação das ações da operadora para “neutral”, ao mesmo tempo que aconselhou os investidores a privilegiarem as ações da Oi. No remanescente do setor das telecomunicações, Zon Optimus e Sonaecom avançaram 0,6% e 0,05% para 4,71 euros e 2,15 euros respetivamente.
Ainda no universo Sonae, os títulos da Sonae Indústria apreciaram 1,08% para 0,562 euros, enquanto os papéis da casa mãe cederam 1,38% para os 0,926 euros. A impedir maiores ganhos no mercado nacional esteve ainda a Jerónimo Martins com as ações a negociarem nos 14,36 euros, desvalorizando 0,55%.
Lá fora, o dia foi de divulgação de dados no velho continente. O Gabinete de Estatísticas da União Europeia revelou que o Índice de Preços da Produção Industrial recuou 0,8% na zona euro em agosto, face a igual período do ano passado, e 0,3% no conjunto dos países da UE. Os números hoje divulgados pelo Eurostat revelam, no entanto, que em relação a julho os preços se mantiveram estáveis na zona euro e aumentaram 0,1% na UE.
Portugal foi, em agosto, um dos 15 países da União Europeia com um crescimento negativo dos preços da produção industrial face a igual período do ano passado. A primeira queda em seis meses cifrou-se nos 0,2%, de acordo com o Eurostat.
O índice Eurostoxx 50, que reúne as principais empresas da zona euro, subiu 0,90% para os 2.928,31 pontos.
O MIB italiano destacou-se positivamente, somando 1,59%. Isto numa altura quem que o cenário de queda do Governo de coligação está afastado. Esta sexta-feira, um comité do Senado votou, por maioria, a expulsão de Silvio Berlusconi, depois da condenação a quatro anos de cadeia por fraude fiscal. Para que a votação seja vinculativa terá de ser todo o Senado a pronunciar-se sobre esta matéria. Mas tudo aponta que a saída do antigo primeiro-ministro poderá estará para breve, porque isso o veredicto poderá ser conhecido já no próximo dia 15 de outubro.
Nas restantes praças europeias de referência os ganhos oscilaram entre os 1,35% do IBEX madrileno e os 0,08% do FTSE londrino. O CAC francês somou 0,88% e o DAX alemão 0,29%.
Em Wall Street respirava-se de alívio, com o índice industrial Dow Jones a valorizar 0,32% e o tecnológico Nasdaq 0,55%. O S&P500 avançava 0,41%. Isto numa altura em que o otimismo regressa perante o cenário de que democratas e republicanos possam chegar a acordo.