Investing.com - A bolsa de Lisboa recupera das perdas registadas com o ínicio da crise política, numa altura em que prosseguem as negociações entre PSD, PS e CDS em nome de um "compromisso de salvação nacional".
O principal índice da praça lisboeta até iniciou a jornada no "vermelho", mas ao longo do dia corrigiu gradualmente a tendência, em linha com as congéneres europeias. A sessão chegou ao fim com o PSI 20 a subir 2,30% para os 5.567,96 pontos, com 15 cotadas em alta, quatro em baixa e uma inalterada.
Conhecida a escolha do Governo para o serviço universal de telecomunicações nos próximos anos, as ações da Sonaecom e Zon Multimédia dispararam em flecha 6,97% e 6,48% para os 1,765 euros e 4,089 euros respetivamente. As operadoras Optimus e Zon, que se encontram em processo de fusão, foram preferidas à Portugal Telecom, que acabou por perder 0,39% para os 2,774 euros por ação. A penalizar a PT esteve ainda o corte de "target" por parte do HSBC.
O setor da banca, que esta manhã castigava a praça lisboeta, aliviou a pressão e os títulos do BCP acabaram por subir 4,49% para os 0,093 euros por ação. Já os títulos do BES e do BPI subiram 4,12% e 2,74% para os 0,632 euros e 0,939 euros respetivamente. A exceção coube ao Banif que perdeu 5,36% para os 0,053 euros por ação. Ainda ontem os títulos do banco registaram uma subida vertiginosa de 36%. A tendência explica-se pela forte volatilidade a que a ação tem estado sujeita devido ao aumento de capital que o banco está a realizar.
Os ganhos no setor da banca verificam-se em parte por causa da ideia de que vão manter-se os estímulos à economia norte-americana. Por outro lado, o Banco Central Europeu voltou a alterar as regras a aplicar na utilização pelos bancos de dívida titularizada como colateral para obter financiamento.
Os títulos da Jerónimo Martins eram dos que mais puxavam pela praça lisboeta, com uma subida de 2,59% para os 16,065 euros.
As ações da Galp e da Mota-Engil também estavam em destaque com ganhos de 2,28% e 4,27% para os 11,875 euros e 2,66 euros respetivamente.
A impedir maiores ganhos em Lisboa estavam, além do Banif e da PT, os títulos da EDP Renováveis e Semapa. Recuavam 0,61% e 0,5% para os 3,764 euros e 6,555 euros respetivamente.
A evolução na bolsa de Lisboa, acontece numa altura em que os juros nacionais recuam em todas as maturidades, com os investidores a manifestarem otimismo face à resolução da crise política no País.
Lá fora, as praças de referência do velho continente foram contagiadas por uma "maré verde", com o índice Eurostoxx 50 a subir 1,32% para os 2.717,41 pontos. Itália destacou-se com ganhos de 2,28%, acompanhada de perto pela praça de Atenas que subiu 1,71%.
O IBEX madrileno apreciou 1,85%. Hoje o Tesouro espanhol colocou 3.063 milhões de euros, valor acima do máximo previsto, em títulos de dívida pública a três, cinco e 10 anos, a juros inferiores aos dos leilões anteriores. A crise política que ensombra Mariano Rajoy, relacionada com alegados escândalos de financiamento irregular do Partido Popular parece não ter sido um fator determinante para os investidores.
O FTSE londrino subiu 0,95% e o DAX alemão 1%. O CAC francês apreciou 1,44%.
Do lado de lá do Atlântico, os índices norte-americanos abriram a negociar no “verde”, animados pelos números sobre os subsídios de desemprego. O Departamento do Trabalho revelou que os novos pedidos desceram em 24 mil para 334 mil, atingindo assim mínimos de dois meses. Os analistas previam 345 mil pedidos. Ainda a puxar por Wall Street estavam os resultados acima do esperado apresentados pelo Morgan Stanley. Neste contexto o índice industrial Dow Jones subia 0,68% e o tecnológico Nasdaq 0,21%. O S&P 500 apreciava 0,63%.