Investing.com - A bolsa de Lisboa encerrou a sessão desta quarta-feira em alta, a liderar os ganhos no velho continente. Numa Europa dominada pelo sinal “vermelho”, a praça nacional foi acompanhada no desempenho pelas congéneres italiana e espanhola.
A notícia da fusão entre a Portugal Telecom e a brasileira Oi animou desde cedo o PSI20 e deixava antever um desempenho positivo. O índice principal do mercado lisboeta acabou por fechar as negociações nos 6.038,50 pontos, a subir 0,93%, com nove cotadas em alta, nove em baixa e uma inalterada.
Sem surpresas a Portugal Telecom foi a cotada que mais avançou, 6,5%, para 3,621 euros. As ações da PT chegaram a disparar quase 23% para 4,175 euros, um máximo de oito meses.
Ao longo do dia foram-se conhecendo mais detalhes sobre o processo de fusão. A nova empresa vai chamar-se CorpCo e terá sede no Brasil. Vai negociar nas praças de Lisboa, São Paulo e Nova Iorque e contará com Zeinal Bava como presidente executivo (CEO). Henrique Granadeiro será vice-chairman.
As restantes cotadas do setor das telecomunicações também beneficiaram da notícia. Zon Optimus e Soanecom somaram 3,22% e 1,25% para os 4,676 euros e 2,106 euros respetivamente.
A brilhar esteve também o Banco Espírito Santo, o maior acionista da PT. Os papéis do BES avançaram 3,96% para 0,84 euros. No remanescente do setor financeiro, os títulos do ESFG foram os únicos a acompanhar a tendência altista com uma valorização de 0,19% para 5,22 euros. O BPI fechou com uma queda de 0,52% para 0,953 euros, enquanto do BANIF e o BCP encerraram sem variação nos 0,01 euros e 0,096 euros respetivamente.
Ainda em destaque pela positiva, a Mota-Engil avançou 4,18% para 3,168 euros. A impedir maiores ganhos esteve o peso pesado Jerónimo Martins. Os títulos do grupo dono dos supermercados Pingo Doce recuaram 1,89% para negociar nos 14,305 euros.
No setor energético, Galp e EDP Renováveis recuaram 0,08% e 0,77% para 12,5 euros e 3,845 euros respetivamente. Em contra ciclo as ações da EDP valorizaram 0,11% para 2,7 euros.
Lá fora, o índice Eurostoxx 50 manteve-se em terreno negativo e assim terminou a sessão, a ceder 0,50% para 2.918,31 pontos, no dia em que o Banco Central Europeu anunciou a manutenção da taxa de juro de referência no mínimo histórico de 0,5% face à incipiente recuperação económica.
O MIB italiano acompanhou o desempenho da praça lisboeta apreciando 0,68%. Esta quarta-feira aguardava-se a votação de uma moção de confiança ao Governo de Enrico Letta no Parlamento. Silvio Berlusconi surpreendeu ao anunciar no Senado que decidiu votar a favor da moção, evitando a temida queda do frágil executivo. Um cenário avançado nos últimos dias e que provocou instabilidade nos mercados financeiros.
Em Madrid, o IBEX também fechou com uma alta ligeira de 0,09%. Já o CAC francês regrediu 0,92% e o DAX alemão 0,69%. O FTSE londrino cedeu 0,35%.
Do lado de lá do Atlântico, Wall Street acordou em baixa e assim seguia com o impasse orçamental a continuar a dominar as atenções dos investidores. A agravar o cenário, a ADP Research Institute revelou dados económicos aquém das expectativas dos analistas. Hoje ficou a saber-se que em setembro foram criados 166 mil postos de trabalho pelo setor privado face aos 159 mil empregos de agosto. Esperava-se um crescimento na ordem dos 180 mil.
Neste contexto, o índice industrial Dow Jones seguia a perder 0,48% e o tecnológico Nasdaq 0,13%. O S&P500 cedia 0,32%.