Investing.com - Com um dos piores desempenhos entre as praças europeias de referência, a bolsa de Lisboa encerrou a segunda sessão da semana em terreno negativo, numa altura a “troika” se encontra em Portugal para retomar as avaliações interrompidas em julho por causa da crise política instalada no país.
O PSI20 terminou a jornada abaixo da barreira psicológica dos seis mil pontos. O índice principal do mercado lisboeta cedeu 1,37% para os 5.935,83 pontos, com quatro cotadas em alta, 13 em baixa e três inalteradas.
A liderar as perdas esteve o peso pesado Jerónimo Martins, com as ações a valerem 15,11 euros, resultado de uma queda de 3,45%. A Galp foi outro dos destaques pela negativa.
Os títulos da petrolífera regrediram 2,48% para cotar nos 12,365 euros. Mais modestas foram as desvalorizações da EDP Renováveis, a depreciar 0,75% para os 3,956 euros, e da casa mãe, a escorregar 0,04% para 2,71 euros.
O setor financeiro, mais exposto ao risco da República, determinou de igual forma o comportamento negativo do mercado nacional. Desde logo por causa do tombo de 2,42% para os 0,806 euros do BES. Os títulos do BCP e do BPI também recuaram 2,04% e 1,4% para os 0,096 euros e 0,913 euros respetivamente. O ESFG escapou ao contágio somando 0,38% para 5,246 euros. As ações do BANIF mantiveram-se inalteradas nos 0,011 euros.
A Portugal Telecom foi a única cotada em baixa, no setor das telecomunicações. Os papéis da PT deslizaram 0,46% para os 3,22 euros. A ZON Optimus, que ao início da sessão estava em queda, corrigiu e somou 0,73% para 4,165 euros. A Sonaecom terminou a sessão inalterada nos 1,949 euros. Foi caso único no universo Sonae porque a casa mãe depreciou 0,43% para 0,916 euros e a Sonae Indústria perdeu 2,6% para 0,561 euros.
A impedir maiores perdas esteve a Altri e a Mota-Engil, com ganhos de 3,45% e 0,87% para cotar nos 1,889 euros e 2,79 euros respetivamente.
No velho continente, em zona mista, a cautela foi o comportamento dominante, mas as perdas foram menos acentuadas do que em Lisboa. Os resultados da reunião de dois dias da Reserva Federal dos Estados Unidos só são conhecidos amanhã, mas à espera de um veredicto os investidores denunciam já alguma aversão ao risco, antevendo uma redução do programa de estímulos à maior economia do mundo. Na prática, o “quantitative easing” traduz-se na compra de obrigações no valor atual de 85 mil milhões de dólares por mês.
O índice Eurostoxx 50, que representa as principais empresas da Zona Euro, recuou 0,13% para 2.890,95 pontos. Além da FED, a condicionar as negociações esteve a queda das vendas de automóveis na Europa, de 4,9%, em agosto. Um sinal de que a recuperação da economia do velho continente se processa de forma lenta.
O FTSE londrino regrediu 0,80% e o IBEX madrileno 0,08%. Espanha emitiu hoje dívida com maturidade a seis e doze meses e a um preço mais caro do que nas últimas operações comparáveis. A emissão espanhola acontece na véspera de Portugal regressar ao mercado.
O CAC francês e o DAX alemão escorregaram 0,16% e 0,19% respetivamente. A contribuir para o comportamento misto na Europa, Atenas avançou 0,67% e Itália 0,11%. De acordo com fontes próximas do antigo primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi divulgará hoje uma mensagem na qual expressa o apoio ao Governo de coligação liderado por Enrico Letta. A acontecer, o conteúdo será conhecido um dia antes de se saber se Berlusconi será expulso ou não do Senado.
Do lado de lá do Atlântico, Wall Street acordou em alta e assim seguia com o índice industrial Dow Jones a avançar 0,29% e o tecnológico Nasdaq 0,58%. O S&P500 subia 0,31%. Isto porque a via de redução dos estímulos económicos por parte da FED pode também ser um sinal de que a maior economia do mundo está em recuperação.