(Texto atualizado com dados oficiais de fechamento)
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO, 14 Dez (Reuters) - A apreensão sobre o ritmo de crescimento da economia global contaminou os negócios na bolsa paulista nesta sexta-feira, com o Ibovespa tendo nova perda semanal antes de uma amplamente monitorada reunião de política monetária do banco central norte-americano na próxima semana.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa .BVSP caiu 0,44 por cento, a 87.449,50 pontos, tendo oscilado da mínima de 87.106,12 pontos à máxima de 88.183,93 pontos. O giro financeiro do pregão somou 10,8 bilhões de reais.
A queda veio após o Ibovespa subir por três pregões seguidos, período em que acumulou alta de mais de 2 por cento. Com isso, o índice teve queda de 0,76 por cento, ampliando a perda em dezembro para 2,3 por cento.
O pregão foi marcado pelos últimos ajustes para o vencimento dos contratos de opções sobre ações na segunda-feira, o que costuma adicionar volatilidade, já que o exercício tem entre as séries mais líquidas papéis com peso relevante no Ibovespa.
No exterior, Wall St tinha perdas relevantes no fim da tarde, com números chineses mais fracos e dados sinalizando que atividade na Europa continua perdendo, tração reforçando temores de uma desaceleração global mais forte, além dos receios ainda presentes sobre às relações comerciais EUA-China.
Na China, as vendas no varejo cresceram em novembro no ritmo mais lento desde 2003 e a produção industrial aumentou à taxa mais fraca em quase três anos, enquanto a atividade das empresas na zona do euro cresceu em dezembro no menor rimo em mais de quatro anos. a próxima semana, o analista-chefe da Rico Investimentos, Roberto Indech, disse que as negociações comerciais entre Washington e Pequim tendem a continuar no foco das atenções, dado o potencial efeito na economia global.
Ele ressaltou, contudo, que há grande expectativa para a reunião de política monetária do banco central norte-americano, que acontece nos dias 18 e 19, particularmente o comunicado que acompanhará a decisão na quarta-feira, que pode ajudar a calibrar expectativas para os próximos movimentos de juros.
Alguns membros do Federal Reserve, entre eles o próprio chairman, Jerome Powell, adotaram recentemente um tom mais moderado em relação ao aumentos dos juros nos EUA, o que, somado a números abaixo do esperado sobre a economia norte-americana, corroborou apostas de uma redução no ritmo de alta à frente.
DESTAQUES
- BRADESCO PN BBDC4.SA caiu 1,13 por cento e ITAÚ UNIBANCO PN ITUB4.SA cedeu 0,73 por cento, contaminados pelo viés externo negativo, enquanto SANTANDER BRASIL UNIT SANB11.SA subiu 0,55 por cento e BANCO DO BRASIL BBAS3.SA encerrou praticamente estável.
- PETROBRAS PN PETR4.SA perdeu 1,33 por cento, na esteira do recuo dos preços do petróleo no exterior, com o contrato do Brent LCOc1 encerrando em queda de 1,9 por cento.
- B3 B3SA3.SA caiu 1,26 por cento, ampliando as perdas no mês, após ter atingido recorde intradia no dia 7, a 29,20 reais.
- VIA VAREJO VVAR3.SA recuou 7,45 por cento, maior queda do Ibovespa, enquanto MAGAZINE LUIZA MGLU3.SA subiu 1,85 por cento, em sessão com evento com investidores, além do anúncio de que comprou a startup Softbox, especializada em soluções para vendas digitais a consumidor final. GOL PN GOLL4.SA avançou 7,5 por cento, após decisão do governo de retirar o limite para a participação estrangeira em aéreas no Brasil, em meio a expectativas de eventual aquisição da companhia, que já tem a norte-americana Delta como acionista.
- BRF BRFS3.SA subiu 1,4 por cento, engatando o terceiro dia no azul, tendo de pano de fundo comentários do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, de que a qualquer momento a China pode permitir exportações de mais unidades brasileiras de carne suína e de frango.
- VALE VALE3.SA valorizou-se 0,55 por cento, mas ainda contabiliza perda de 3,6 por cento em dezembro.
- CIELO CIEL3.SA fechou em alta de 1,94 por cento, tendo de pano de fundo comentários do presidente-executivo do Bradesco, Octávio de Lazari, descartando planos de fechar o capital da maior empresa de meios de pagamentos do país, empresa que controla em sociedade com o Banco do Brasil. ver as maiores baixas do Ibovespa, clique em .PL.BVSP
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(Edição de Aluísio Alves)