Por Gabriela Mello
SÃO PAULO, 22 Jan (Reuters) - O mercado acionário brasileiro operava no vermelho nesta terça-feira, alinhado ao menor apetite por risco no exterior em meio a renovadas preocupações sobre o crescimento da economia global, enquanto investidores aguardam o discurso do presidente Jair Bolsonaro no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.
Às 11:56, o Ibovespa .BVSP caía 0,41 por cento, a 95.612,51 pontos. O giro financeiro somava 2,6 bilhões de reais.
Na véspera, o indicador fechou em baixa, com realizações de lucros em pregão marcado pelo vencimento de contratos de opções sobre ações e sem a referência de Wall Street, que esteve fechado por feriado do Dia de Martin Luther King Jr. nos Estados Unidos. 2019, contudo, o índice ainda acumula valorização de cerca de 9 por cento, após altas de aproximadamente 39 por cento em 2016, 27 por cento em 2017 e 15 por cento em 2018.
"Todo mundo está esperando o discurso lá de Davos para ver qual será a receptividade (do mercado internacional ao novo governo brasileiro)... Tudo indica que vai ser positivo", disse à Reuters o gerente de renda variável da H.Commcor, Ari Santos.
Segundo ele, os agentes do mercado esperam sinalizações do presidente Jair Bolsonaro e sua equipe sobre a reforma da previdência, considerada fundamental para colocar as contas públicas em ordem, no discurso previsto para às 12:30 (horário de Brasília) desta terça-feira.
Enquanto isso, destacaram outros operadores, a B3 segue atenta ao exterior, onde as preocupações sobre a economia mundial voltaram a ganhar força depois que o Fundo Monetário Internacional (FMI) cortou em 0,2 ponto percentual a previsão do crescimento global em 2019, para 3,5 por cento. observou que o tímido movimento de queda do Ibovespa era puxado principalmente pelas perdas de Petrobras e Vale, na esteira do recuo dos preços do petróleo em Nova York e do minério de ferro na China. "Ainda assim, a bolsa deve sustentar esse intervalo de 95 a 96 mil pontos", afirmou o gerente de renda variável da H.Commcor.
DESTAQUES
- BRF BRFS3.SA recuava 2,3 por cento, entre os destaques negativos do Ibovespa, tendo no radar a notícia de que a Arábia Saudita desabilitou cinco exportadores de carne do Brasil, incluindo unidades da empresa e da JBS JBSS3.SA , que por sua vez subia 2,2 por cento. B2W BTOW3.SA caía 2 por cento e sua controladora LOJAS AMERICANAS PN LAME4.SA também cedia 1,5 por cento, esticando as perdas da véspera desencadeadas pelo lançamento da plataforma de venda direta da gigante norte-americana Amazon.com (NASDAQ:AMZN) no Brasil. Ainda no setor, MAGAZINE LUIZA MGLU3.SA perdia 1,17 por cento e VIA VAREJO VVAR3.SA avançava 2,9 por cento.
- PETROBRAS PN PETR4.SA tinha baixa de 0,5 por cento, e PETROBRAS ON PETR3.SA desvalorizava-se 0,8 por cento, em sessão negativa para os preços internacionais do petróleo e com as atenções ainda voltadas às articulações envolvendo a tão aguardada revisão do contrato da cessão onerosa.
- VALE VALE3.SA cedia 1,2 por cento, espelhando o recuo dos contratos futuros do minério de ferro na China em meio a sinais de que o processo de reabastecimento das siderúrgicas está em fase de conclusão. ITAU UNIBANCO PN ITUB4.SA e BRADESCO PN BBDC4.SA perdiam 0,4 por cento cada, reforçando o viés de baixa do Ibovespa, dado o peso desses dois papéis em sua composição. SANTANDER UNIT SANB11.SA também cedia, 0,14 por cento, mas BANCO DO BRASIL BBAS3.SA seguia na contramão, com oscilação positiva de 0,9 por cento.
- CARREFOUR CRFB3.SA perdia 0,35 por cento, após o grupo varejista divulgar vendas consolidadas de 15,8 bilhões de reais no quarto trimestre, um crescimento de 10,2 por cento sobre o mesmo intervalo de 2017. Para analistas da Guide Investimento, os dados mostraram "sólida performance", reforçando as apostas de balanço mais forte no último trimestre do ano passado. BRASKEM PNA BRKM5.SA saltava 5,6 por cento, liderando a ponta positiva do Ibovespa, em recuperação após quedas recentes, com as atenções ainda voltadas às movimentações da holandesa LyondellBasell Industries LYB.N para compra da petroquímica brasileira.
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(Edição Alberto Alerigi Jr.)