SÃO PAULO, 4 Out (Reuters) - O principal índice da bolsa paulista não mostrava tendência firme nesta quarta-feira, com investidores mais contidos após a alta superior a 3 por cento da véspera, que levou o indicador a atingir nova máxima histórica de fechamento, o que abria espaço para algum movimento de ajuste.
Às 12:05, o Ibovespa .BVSP subia 0,13 por cento, a 76.865 pontos, tendo avançado na máxima até o momento 0,27 por cento, para novo recorde histórico intradia a 76.966 pontos. O giro financeiro era de 3,11 bilhões de reais.
O cenário econômico local, que mostra sinais de início de um processo de recuperação, aliado à alta liquidez no exterior tem ajudado a manter o viés positivo para o mercado acionário brasileiro, ainda que existam ajustes pontuais.
"A forte alta de ontem pode chamar pressão vendedora, mas ficamos na dependência de fluxo de recursos ingressando. A tendência segue sendo de alta de mais longo prazo", escreveu o economista-chefe da Modalmais, Alvaro Bandeira.
No exterior, os investidores seguem em busca de sinalizações que possam indicar o avanço do aperto monetário nos Estados Unidos e na Europa.
Neste sentido, foi divulgado nesta manhã que o setor privado dos EUA criou 135 mil postos de trabalho em setembro, um pouco acima das expectativas dos economistas consultados pela Reuters, de 125 mil, mas ainda indicando o menor avanço desde outubro de 2016. O dado antecede os números mais amplos para o mercado de trabalho norte-americano, que serão divulgados na sexta-feira. PETROBRAS PN PETR4.SA caía 0,69 por cento e PETROBRAS ON PETR3.SA recuava 0,78 por cento, em movimento de ajuste após alta expressiva da véspera, quando as ações PN avançaram 3,77 por cento, na esteira da declaração do ministro de Minas e Energia, de que uma eventual privatização da petroleira pode "acontecer" no futuro, embora ele tenha posteriormente afirmado que o assunto não deve ser pauta do atual governo.
- SABESP ON SBSP3.SA recuava 0,5 por cento, tendo como pano de fundo o recente adiamento do cronograma para divulgação da segunda revisão tarifária, com o prazo para aprovação e divulgação do Relatório Circunstanciado e da Nota Técnica Final, que se encerraria nos dias 2 e 3 de outubro, estendido para 10 de outubro. BRADESCO PN BBDC4.SA recuava 0,43 por cento e ITAÚ UNIBANCO PN ITUB4.SA tinha baixa de 0,09 por cento, após as fortes altas da véspera e ajudando a tirar fôlego do Ibovespa devido ao peso dessas ações em sua composição.
- VALE ON VALE3.SA subia de 0,95 por cento, tendo como pano de fundo a melhora do rating pela agência de classificação de risco Fitch, de "BBB" para "BBB+", com a alteração da perspectiva de negativa para estável. USIMINAS PNA USIM5.SA engatava o quarto pregão em alta e subia 4,16 por cento, após ter avançado 9,76 por cento apenas na véspera e acumulado alta de pouco mais de 14 por cento nos três pregões anteriores. Os papéis seguem amparados nas expectativas positivas para a economia global, diante de indicadores recentes sinalizando recuperação da atividade industrial na China e na zona do euro. Neste mês, a XP Investimentos incluiu o papel em sua carteira recomendada, citando que as quedas vistas no fim de setembro abriram oportunidade de compra e que os últimos resultados da empresa mostram que o pior ficou para trás.
- ECORODOVIAS ON ECOR3.SA subia 2,55 por cento, reagindo à possibilidade de expansão de rodovias sob sua administração, após o jornal O Estado de S. Paulo noticiar que a empresa fechou acordo de exclusividade para a compra da MGO Rodovias, que administra a BR-050 entre Minas Gerais e Goiás. Segundo analistas da Coinvalores, a aquisição seria bem relevante, "considerando que hoje a Ecorodovias tem 1.792 km de rodovias sob sua administração e o trecho administrado pela MGO tem 436,6 km".
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(Por Flavia Bohone; Edição de Raquel Stenzel)